A derrota para o Ituano doeu no torcedor santista? Um pouco. Cinco a um foi um pouco demais? Sim, sem dúvida. No entanto, entre ficar chateado pelo mau resultado e se preocupar em relação ao futuro do time no Campeonato Paulista ou na temporada, há uma distância muito grande (muito, mesmo).
O técnico Jorge Sampaoli tem feito testes e mais testes no elenco Alvinegro. Pouco em relação a atletas, mas muito em relação ao posicionamento em campo, variações e esquemas táticos. Neste domingo (3), pudemos perceber o que não tem dado tão certo assim e que é preciso ser corrigido.
O primeiro ponto é: um jogo intenso exige muito do nível físico. O Santos se esforçou demais, demonstrou muita vontade em todos os jogos. Contra o Ituano, o time teve uma queda de rendimento. E isso é natural. Não há quem tenha pernas para correr por 5 jogos seguidos, o tempo todo, num período tão curto. Victor Ferraz, por exemplo, já foi substituído nos dois últimos jogos. É preciso saber dosar. Ter intensidade, mas não sacrificar o corpo por isso.
Em relação a isso, expõe a necessidade já citada por Sampaoli. O Peixe precisa de reforços. É preciso ter um elenco, ainda mais se quiser continuar jogando na rotação que o técnico argentino exige do grupo todo. E não é só contratar por ter, é encontrar jogadores com qualidade.
Segundo ponto é: A lateral-esquerda. Em um esquema de 3-5-2, onde temos três denfesores e ainda volantes, Copete joga sem tanta obrigação de acompanhar meias/atacantes. Desenvolve melhor seu futebol. Num 4-4-2, não é possível utilizar o colombiano. Ele deixa uma lacuna, até por não saber marcar bem. E o Santos de 2018 sofreu isso tanto com ele como com Jean Mota naquela função, quando não era possível ter Dodô. O quarto gol expôs isso claramente.
Caímos, de novo, na necessidade de reforçar o elenco santista. E, talvez, até com dois jogadores para esta função, já que Orinho também não inspira tanta confiança.
Terceiro ponto: O camisa 9. Nós vimos um Santos camaleão, que variou entre 4-4-2, 3-5-2 e 3-4-3 ao longo dos jogos. No entanto, contra um time muito fechado, não adianta cruzar a bola se os seus atacantes são baixos. Se for para arriscar esse tipo de jogada, é bom ter um matador, que cabeceia, para isso. Afinal, nem toda zaga dará espaço para o Jean Mota desviar a redonda.
Não querendo ser redundante. Alô, presidente Peres! Já sabe, né?
Resumidamente, é possível ver o que está errado e é necessário melhorar. Em uma parte, Sampaoli consegue resolver. Atuar com três zagueiros, dar mais segurança para que o time não sofra com contra-ataques, sempre investindo, como já o faz, na compactuação e intensidade.
Isso, o argentino tira de letra.
Já a outra parte depende dos cartolas. E é essa parte que preocupa. É preciso que, na más horas (porque nenhum time vive uma lua de mel eterna), os torcedores saibam direito a quem cobrar.