MP acaba com trabalho análogo à escravidão e resgata homens sem água potável no Vale do Ribeira

Sete trabalhadores não tinham chuveiro, cama ou água adequada em lavoura de banana

Por: ATribuna.com.br  -  25/03/24  -  12:49
Trabalhadores dormiam no chão de alojamento e não utilizavam equipamentos de segurança na lavoura
Trabalhadores dormiam no chão de alojamento e não utilizavam equipamentos de segurança na lavoura   Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Uma operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou sete trabalhadores em condições análogas à escravidão em Eldorado, no Vale do Ribeira. Os homens haviam sido contratados para atuar no plantio de banana, mas estavam alojados em condições irregulares, degradantes e sem higiene.


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A ação, que aconteceu na última terça-feira (19), após uma denúncia anônima, contou com o apoio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Registro e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com o MPT, os sete resgatados eram da região, mas estavam morando próximo à lavoura. Alguns trabalhavam no local há cinco meses, outros há cerca de um mês e um deles havia chegado há apenas um dia. Apenas um tinha registro em carteira e os outros estavam trabalhando informalmente.


A equipe do MPT descobriu que os trabalhadores tinham que pegar água para tomar em um córrego próximo ao alojamento, pois não era disponibilizada água potável. Além disso, a casa onde moravam não possuía chuveiros e eles tinham que tomar banho frio com água de um cano que saía da parede. O alojamento também não contava com camas, apenas colchões no chão e a higiene do local era precária.


Trabalhadores tinham que pegar água em córrego próximo ao alojamento
Trabalhadores tinham que pegar água em córrego próximo ao alojamento   Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

Conforme o procurador do MPT, Gustavo Rizzo Ricardo, a condição encontrada no local era precária, com trabalhadores em condições subumanas. “O MPT e o Cerest providenciaram a retirada dos ruralistas de tais condições, além do pagamento de todos os seus direitos. A dignidade deles foi restaurada. Outras operações serão realizadas no Vale do Ribeira, e esperamos não mais encontrar pessoas nessas condições”, explica o procurador.


Após o resgate dos trabalhadores, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi firmado com o empregador. No documento, ele se comprometeu a pagar R$ 80 mil em verbas rescisórias e mais R$ 80 mil como indenização por danos morais que será dividido entre os resgatados. Além disso, o empregador firmou o compromisso de regularizar a conduta trabalhista, e caso não faça, poderá ser multado.


Resgatados tinham que dormir no chão e estavam em condições subumanas
Resgatados tinham que dormir no chão e estavam em condições subumanas   Foto: Divulgação/Ministério Público do Trabalho

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