Uso de máscaras de pano será obrigatório na Baixada Santista

Medida é apontada para reduzir velocidade de transmissão da Covid-19 em meio às projeções de pico da pandemia nas próximas semanas; decisão foi tomada de forma conjunto pelos nove prefeitos

Por: Eduardo Brandão  -  23/04/20  -  02:15
Todas as capitais brasileiras já registraram casos de infecção pelo novo coronavírus
Todas as capitais brasileiras já registraram casos de infecção pelo novo coronavírus   Foto: Matheus Tagé/AT

Como forma de tentar reduzir a velocidade de transmissão da Covid-19 em meio às projeções de pico da pandemia nas próximas semanas, as nove cidades da Baixada Santista vão tornar o uso de máscaras de pano obrigatório a toda a população.


Decretos específicos com as regras locais e prazos de adaptação serão editados em cada município para a utilização da proteção individual em áreas públicas – como comércios e transporte coletivo. Multas não estão descartadas.


A diretriz, que segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, foi definida no começo da noite desta quarta-feira (22), durante nova reunião do Comitê Metropolitano de Contingenciamento do Coronavírus na Baixada Santista. Com isso, as cidades da região seguem exemplos de Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ), que já adotaram essa medida para frear a circulação do vírus nessas capitais.


Segundo o prefeito de Santos e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), detalhes técnicos serão finalizados nesta quinta-feira (23) em cada município.


A previsão é que os decretos sejam publicados na sexta-feira (24). “Haverá um prazo mínimo, de caráter educativo. Após essa etapa, o uso da máscara será obrigatório a todos que circularem nas cidades”, diz.


Barbosa acrescenta que o uso da proteção já é obrigatório para os funcionários das atividades comerciais que estão em funcionamento. Ele afirma, ainda, que o Poder Público fará a distribuição da proteção individual para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Esse prazo [de adaptação] também é para que as prefeituras possam produzir essas máscaras”, diz.


Embora a OMS admita não haver estudos conclusivos que comprovem a eficiência de máscaras de pano, infectologistas afirmam que o uso dessa proteção reduz em até 40% as chances de exposição à Covid-19. Já a utilização de máscaras cirúrgicas e respiradores, como N95, continuam prioritárias a profissionais da saúde. “Estamos vivendo um novo mundo, que exige novas medidas. A máscara se tornará mais um item na vestimenta das pessoas”, afirma.


Mapeamento dos Leitos


No encontro remoto, que durou mais de três horas, os gestores das cidades locais também definiram a edição de regras municipais obrigando os hospitais privados e públicos a notificarem a ocupação dos leitos de internação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados aos pacientes com o novo coronavírus. “É um indicador importante para saber a origem do paciente”, continua Barbosa.


A intenção é ter um mapa real da taxa de ocupação hospitalar e, assim, estabelecer a distribuição de leitos entre as cidades. Os informes devem ser repassados ao Poder Público em intervalos de 24 horas. Eles precisam ter dados como o perfil do paciente para a vigilância sanitária local e do município de domicílio do infectado para controle da ocupação dos leitos hospitalares.


Quarentena estadual


Os nove prefeitos também acataram as recomendações do Ministério Público Estadual (MPE) contra medidas de flexibilização de abertura de alguns setores comerciais. Com isso, apenas as atividades regulamentadas no decreto estadual que impôs a quarentena serão permitidas.


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