Tradicionais na época de Natal, as aves estão na maioria das casas para celebrar as festividades. O que nem todo mundo sabe é a diferença entre elas. Peru ou Chester? Fiesta?Supreme? Como escolher? Fernanda Lopes, jornalista especialista em gastronomia de A Tribuna, nos ajuda a entender as particularidades de cada uma.
Segundo ela, há diferenças entre elas, mas sobretudo, quanto aos nomes – na verdade, marcas. “Chester é um produto licenciado da marca Perdigão. É um frango grande, transformado geneticamente”, explica ela.
Seu nome vem dechest(peito, em inglês). Foi lançado em 1982 no Brasil para disputar mercado com o peru da Sadia – isso, quando as duas marcas eram concorrentes e não uma única empresa. Completando a lista, estão seus concorrentes de marca: Fiesta, da Seara, eSupreme, da Sadia.
“Ele come uma ração diferenciada. Tem mais peso [que um frango comum] e menos gordura. Muitas pessoas preferem-no ao peru porque é mais molhadinho”, diz Fernanda, que acrescenta: “O peru, se não souber preparar, pode ficar seco”.
Sendo umsuperfrango, o Chester é concorrente direto do peru, mas este último continua sendo maior. “Famílias menores também preferem essa ave, mas hoje em dia os valores são bem parecidos. O peru, fazendo certinho, fica bem saboroso”, explica.
Tender
Outro preferido da época, nem ave é: o tender é presunto, diz Fernanda. “É a parte da perna do porco”. Há também uma versão defumada, processada, em formato de bolinha. É a carne de porco, igual ao pernil [perna] e lombo [lombar]. “São mais gordurosos, mas também ficam mais úmidos”.
Quanto aos preços, são similares. Entre os que pesquisamos numa rede de supermercados, a média do Chester, Fiesta eSupremeé de R$ 15 por quilo, assim como o peru. O pernil tem média de R$ 20.
“O pernil é mais comum no Ano Novo, porque há a tradição de não comer ave na virada, já que ela cisca para trás e o porco fuça para frente. Também temos o bacalhau”, explica ela, lembrando de nossa influência europeia.
Aliás, é por essa tradição que nos acostumamos a ficar cozinhando as carnes o dia todo no calorão de dezembro, quando ocorrem as festas. Os pratos não combinam com o clima desta época. “Mas tradição é tradição”, resume Fernanda.