A intensificação da locação de imóveis de veraneio tem mudado o comportamento do turista que procura a região para as festas de fim de ano e refletido na taxa de ocupação de hotéis e pousadas da Baixada Santista para o fim de ano. Pesquisa do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SinHoRes) com 31 estabelecimentos de Santos, Guarujá e São Vicente indica 80% dos leitos ocupados para o Ano-Novo, até o momento – contra 95% praticamente na mesma época de 2018.
O setor destaca, porém, que os números não refletem, necessariamente, queda na procura e até estima mais turistas na região devido ao fenômeno das locações temporárias por aplicativos como oAirbnb. Quem explica a mudança notada no comportamento é o presidente doSinHoRes, Heitor Henrique Gonzalez.
“As pousadas estão fazendo com que o índice desse ano caia em relação a 2018, pois concorrem com oAirbnb”. O sindicalista destaca que este segmento, em Guarujá, está com cerca de 45% de ocupação dos leitos. Já a rede hoteleira dos três municípios tem ocupação aproximada de 90% no Ano-Novo.
Gonzalez destaca, por exemplo, que Guarujá é o terceiro destino mais procurado do Brasil noAirbnbe, mesmo com essa grande demanda, a expectativa das pousadas segue inabalada. Elas, inclusive, esperam cumprir as metas estipuladas e atingir os mesmos números dos hotéis nos próximos dias.
“A expectativa deles é chegar a 95%. Atrasou, eles (empresários) sentem isso, mas não acham que vai comprometer o número final de reservas”. O presidente ressalta que muitos turistas deixam para fechar negócio de última hora.
Por política da empresa, oAirbnbnão divulga os números de locações, mas este é maior do que o registrado nos últimos anos. Toda essa população flutuante, de acordo com Gonzalez, é benéfica ao comércio, bares e restaurantes da região. “Faz a economia girar”.
O presidente doSinHoResdestaca que a procura pela Baixada Santista é bastante influenciada pela alta do dólar e as manchas de óleo que atingem, principalmente, praias do Nordeste. Gonzalez aponta que, para este ano, como há muito turista interessado em vir para a região, a procura peloAirbnbnão se torna um inconveniente para o setor.
Entretanto, ele acredita que, com uma eventual queda do dólar e melhora nas praias nordestinas, haverá uma dispersão do público para as próximas temporadas e a grande oferta de casas de veraneio pode ocasionar o esvaziamento de pousadas, por exemplo.
Ciente desse cenário, Gonzalez defende que as cidades devem aproveitar a oportunidade e cativar os turistas, evitando ficar para trás. “É uma chance muito grande de todas as prefeituras pensarem em proporcionar a esses turistas dias muito bons para que pensem em voltar nos próximos anos. Eventos são importantes para isso”.
Das nove cidades da região, Guarujá tem o maior número de imóveis de veraneio, de acordo com oSinHoRes. O sindicato aponta que, mesmo com 12 mil leitos em hotéis, a cidade passa de 320 mil habitantes para 1 milhão nas últimas semanas do ano, o que não seria possível só com a rede hoteleira.
