Obra da Rodoviária de São Vicente opõe vizinhos e vai parar na Justiça

Há quem critique e quem veja vantagens em se erguer a futura estação em praça central

Por: Anderson Firmino  -  09/05/24  -  17:45
Velocidade do serviço, iniciado em outubro último e com prazo de um ano, põe cumprimento em xeque
Velocidade do serviço, iniciado em outubro último e com prazo de um ano, põe cumprimento em xeque   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Os tapumes ao redor da Praça Bernardino de Campos, em São Vicente, e a placa da Prefeitura, indicam: está em construção a nova Rodoviária naquele local. No entanto, o andamento das obras, cujo marco inicial é de outubro último e com prazo de um ano, parece mostrar o contrário.


No meio disso, moradores favoráveis e contrários ao equipamento expõem razões. A professora aposentada Maria Aparecida Grilo Elou, de 87 anos, mantém uma faixa de protesto na entrada de casa. “O juiz que liberou essas obras fez um ato calamitoso, porque a praça é histórica”, reclama.


Segundo ela, a Praça Bernardino de Campos recebia cuidados do Município, após um período de abandono, com usuários de drogas e furtos. “Tinha garis todos os dias limpando, o mato era roçado a cada 15, 20 dias. Havia mudas de árvores de 1,50 metro ou mais, plantadas há dois anos. As crianças brincavam todo sábado, de bola e de bicicleta.”


A cuidadora de idosos Aparecida (só forneceu o primeiro nome), de 57 anos, vê benefícios com a Rodoviária no local. “Meu irmão mora em frente à praça, e eu moro aqui pertinho. O povo não queria segurança? Vai ter Guarda Municipal, não vai ter morador de rua. Além disso, vai movimentar o comércio. Muitos já estão fazendo quiosques porque sabem que vai valorizar.”


A construção, pela empresa TMK Engenharia S/A, custa R$ 6,1 milhões.


Judicialmente
Na esfera judicial, a Prefeitura obteve vitória no último dia 22, quando o juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da Vara da Fazenda Pública do Município, julgou improcedente a ação movida por um grupo de moradores contra a obra — e que prepara uma apelação.


“O juiz ficou sem se manifestar por mais de quatro meses, tempo em que a Prefeitura obteve pareceres do Iphan e do Condephaat (federal e estadual) favoráveis à construção da Rodoviária, apenas no sentido de que a obra não prejudicaria a visibilidade do bem tombado (Praça da Matriz) (...), sendo que a Praça Bernardino de Campos ostenta um sítio arqueológico”, diz o advogado Rui Elizeu.


Prefeitura
Em nota, a Prefeitura afirma que “avançou na limpeza, demolição de piso, e melhorias em rede do entorno, além de projetos complementares (...). O projeto engloba, além da construção do terminal, uma Inspetoria da Guarda Civil Municipal (GCM) (...) para fortalecer a segurança do local, além de lanchonetes, lojas e sanitários”. A Rodoviária atual fica na Avenida Capitão-Mor Aguiar, ao lado da base da GCM.


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