Numa questão de meses, a pequena Maria Clara Silva Durval, de 4 anos, perdeu completamente a visão do olho esquerdo e passou a enxergar bem pouco com o olho direito. A menina foi diagnosticada com catarata e a família lançou uma vaquinha virtual para fazer a cirurgia pelo particular o mais rápido possível.
Segundo a mãe, Tamyres Ferreira da Silva, de 25 anos, uma prima que tomou conta da criança no dia 9 de janeiro perguntou para a mãe se já tinha visto a mancha no olho esquerdo de Maria Clara.
“Eu disse que ainda não tinha reparado e procurei atendimento no dia seguinte. A médica disse que ela tem catarata e a doença já estava se manifestando no olho direito”.
Só que, desde então, Maria Clara ainda segue na fila da cirurgia. “Fizemos os últimos exames pré-operatórios no dia 9 de março, mas não fomos chamadas porque dependemos do SUS. Então, estou tentando arrecadar dinheiro para que ela seja operada mais rápido”, desabafa a mãe, que está desempregada e cria a menina sozinha.
A família, que mora na Área Continental de São Vicente, já arrecadou R$ 735,00 dos R$ 10 mil pretendidos para a cirurgia. Isso porque Maria Clara precisa de um valor suficiente para operar os dois olhos.
“Estou desesperada, porque ela me pergunta quando vai voltar a enxergar e se desespera por ver tudo embaçado de um olho e escuro do outro. Tem sido uma correria para tudo, porque fico com ela o tempo todo dentro de casa. Ela quer brincar e fazer as coisas, mas sempre cai e se machuca”, explica Tamyres.
Quem quiser ajudar pode acessar a vaquinha virtual pelo site http://vaka.me/986195.
Resposta
A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), informou que o agendamento de cirurgias é realizado pelo setor de Regulação, que estava fechado nos últimos dias por conta do feriado de Páscoa. Informa ainda que, na segunda-feira (13), consegue ter acesso à documentação da paciente e esclarecer o que está em andamento no prontuário.
Urgência
Segundo o oftalmologista especialista em catarata Celso Afonso Gonçalves, da Unilaser Unidade Oftalmológica, é raro crianças terem a doença.
“O bebê pode nascer com ela por doenças que a mãe tenha na gravidez ou a catarata aparecer depois de um trauma, acidente doméstico, pelo uso de alguns colírios ou doença da própria criança”.
Ele explica que os seis anos são a idade limite para fazer a cirurgia de catarata. Isso porque é até essa idade que o cérebro aprende como enxergar.
“No caso da Maria Clara, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para ela. Não pode ficar mais 6 meses ou um ano nessa situação de esperar a cirurgia”, explica o especialista.
Para Celso, apenas a cirurgia não bastará no caso da pequena. Será preciso fazer uma estimulação visual depois.
“É preciso estimular a visão para que ela tente acelerar o cérebro a enxergar com os dois olhos. A menina não terá o 100% de visão depois de todo esse processo, mas é preciso ter pressa para garantir o máximo de visão possível”.