Funcionários do Hospital Municipal de São Vicente reclamam de má qualidade dos equipamentos

Profissionais da área da Saúde do Hospital Municipal de São Vicente têm improvisado para trabalhar com o mínimo de segurança em tempos de coronavírus. Isso porque os EPIs (equipamentos de proteção individual) fornecidos pela prefeitura são alvos de constantes reclamações.

ATribuna.com.br teve acesso ao material fornecido às equipes (foto). O material de touca, máscara e avental é muito fino e praticamente transparente. Alguns dos funcionários da unidade usam sacos pretos para se sentirem mais protegidos.

“O EPI é péssimo. Não protege nada e nós vemos que o equipamento é bem melhor em outras cidades. A questão é que esse é bem mais barato”, explica um funcionário que prefere não se identificar com medo de represálias.

Apesar de a unidade não receber especificamente casos de Covid-19, pessoas com desconforto respiratório são encaminhadas para a sala de emergência da unidade, que tem dois leitos de isolamento.

“Vários médicos, enfermeiras e auxiliares de enfermagem já foram contaminados. Tem uma médica de 60 anos que trabalha na sala de emergência e está internada em um hospital de Santos”, conta.

Para a maioria, tem sido estressante trabalhar com a insegurança e o medo constantes da exposição à doença.

“Um grupo foi falar sobre o assunto na Secretaria de Saúde, mas não adiantou. A resposta foi de que os EPIs são esses e pronto. Alguns funcionários acima de 60 se afastaram, mas poucos. A maioria ainda precisa trabalhar, precisa do dinheiro”, explica o funcionário.

Resposta

Segundo o prefeito Pedro Gouvêa (MDB), a cidade dá todas as condições para os profissionais e não faltam equipamentos.

“Isso não é verdade. Todos os EPIs estão sendo fornecidos. Foram distribuídos kits para cada um dos profissionais, mas não vivemos no mundo ideal e eu quero mais, principalmente para a cidade que eu amo, nasci e cresci”.

Ele explica que, “obviamente, as pessoas sempre querem mais e vamos trabalhar para isso”. “Precisamos ter essa informação dos equipamentos de forma ampla. Olhando o mundo, a maioria dos contágios está ligada aos profissionais da linha de frente. Isso acontece porque eles estão dando a vida deles pela nossa vida”.