Ex-vereador é acusado de agredir duas mulheres durante reunião de condomínio em São Vicente

Eduardo Oliveira era vereador até ano passado, quando perdeu o mandato por decisão do Tribunal Superior Eleitoral

Por: Ted Sartori  -  23/03/24  -  19:11
Diversos moradores foram ao 1º DP de São Vicente registrar queixa
Diversos moradores foram ao 1º DP de São Vicente registrar queixa   Foto: Gerson Carvalho

O ex-vereador Eduardo Oliveira, de 42 anos, de São Vicente, é acusado de agredir duas mulheres, uma de 58 e outra de 70 anos, durante reunião de condomínio de um prédio, no bairro Gonzaguinha, do qual é síndico há 14 anos. Diversos moradores foram ao 1º DP de São Vicente registrar queixa. O síndico, por sua vez, rebate as acusações dizendo que nada aconteceu e também foi à delegacia.


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A assembleia geral ordinária do edifício estava sendo realizada nas dependências da Associação Comercial de São Vicente e não foi até o final. Proprietário de dois dos 127 apartamentos do prédio, sendo um deles a cobertura, Luiz César, de 30 anos, estava presente no encontro e contou que o problema aconteceu quando se falava sobre a aprovação de contas e a eleição da mesa.


Na pauta da reunião, estavam previstas a aprovação das pastas do período de fevereiro de 2022 a fevereiro deste ano, eleição de síndico, subsíndico e membros do Conselho Fiscal, aprovação da previsão orçamentária para os exercícios 2024, 2025 e 2026, discussão e deliberação de envidraçamento das sacadas e assuntos de interesses gerais do condomínio.


"Ele não presta contas e questionamos na reunião. O síndico deu um tapão na mão de uma delas (a idosa), sem justificativa, e fugiu. Ela mora há mais de 30 anos no local e está desolada com o que aconteceu", afirma o morador, que disse também que havia outro candidato a síndico.


Segundo o boletim de ocorrência, a mulher de 58 anos informou que o síndico a agrediu na mão direita. Os policiais militares encaminharam-na para o Pronto Socorro de São Vicente, onde foi medicada e liberada.


Já a mulher de 70 anos, também de acordo com o documento policial, afirmou que foi agredida pelo síndico quando questionava procurações de condôminos. Ele teria usado os papéis para bater nas palmas das mãos dela. Os agentes tentaram também levar a vítima para o PS, mas ela recusou o atendimento médico.


Posicionamento

Procurado por A Tribuna, Eduardo Oliveira negou a agressão e disse que foi ao mesmo DP. "Ela foi pegar a pasta da minha mão e eu puxei. Eu, como síndico, tenho a maioria dos moradores e eles, como minoria, querem ganhar no grito. Mas não é assim", justificou.


No boletim de ocorrência, o síndico alegou que iniciou a assembleia dizendo que uma moradora do prédio trancou a porta da Associação Comercial de São Vicente e, assim, impediu o direito de ir e vir dos condôminos, ocasionando empurra-empurra.


A moradora envolvida, por sua vez, alegou no documento que Oliveira apertou o braço dela. Orientada pelos policiais militares a passar por atendimento médico, ela recusou.


Perda de mandato

Oliveira perdeu o mandato de vereador em junho do ano passado, junto com Wagner Cabeça. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou os votos recebidos pelo antigo Partido Social Liberal (PSL), do qual os dois faziam parte, para a Câmara na eleição de 2020. Na recontagem, Felipe Roma, o Rominha (PP), e Alfredo Moura (Pros) assumiram as cadeiras.


A decisão do TSE foi em um pedido de recurso especial, dentro de uma ação de investigação judicial eleitoral impetrada por PMN, PCdoB, PDT, PP, Pros e PTC. Entre as razões apontadas no processo estava o fato de que uma das concorrentes do PSL fez campanha para outra candidatura à Câmara vicentina — a de um homem do partido.


O TSE decidiu pela anulação dos votos do partido, que somou 13.333 votos, por concluir que houve fraude à cota de gênero no registro de candidaturas femininas, em 2020. Como consequência, foi cassado o diploma dos candidatos eleitos do PSL.


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