Enchentes voltam a preocupar moradores no Catiapoã, em São Vicente

O fim do ano se aproxima e, com ele, a previsão de aumento no volume das chuvas na Baixada Santista. Para a preocupação e tristeza de moradores do Catiapoã, em São Vicente, isso significa mais enchentes na Avenida Doutor Alcides de Araújo. O canal que separa os dois sentidos da via costuma transbordar e alagar a região.

Esse é um problema antigo do bairro. Quem mora lá convive com o drama há anos e o projeto que deveria solucionar a situação está paralisado. Uma obra com fundos da Caixa Econômica Federal (CEF) foi iniciada após licitação municipal em 2017, mas os trabalhos foram abandonados pela empresa vencedora no ano seguinte. 

Enquanto se resolvem os trâmites para retomada do serviço, quem mais se prejudica é a população. Antônio José da Silva, de 71 anos, mora há 45 anos no Catiapoã e recentemente viu a primeira vez que sua residência foi invadida pela enchente. 

“Nunca tinha entrado água na minha casa até três meses atrás, em uma enchente. Tive que levantar meu freezer para não molhar”, conta o aposentado. Ele relata que o problema dos alagamentos é constante e que “tem vez que você passa com água na cintura”. 

Manutenção 

Além das enchentes, a conservação do canal deixa a desejar. Na água, que já está em nível próximo ao da rua, há muito lixo. E o mesmo vale para o mato no entorno do canal. 

Quem se incomoda com essa questão é o comerciante Marcos Antônio Serra, 50 anos: “O problema maior é que está tudo mal feito. É dinheiro público que foi jogado fora. Isso é assim há anos, a gente já não tem mais esperança”.  

Resposta 

Questionada, a Prefeitura de São Vicente informou que deve ser finalizado, nas próximas semanas, autorização de empréstimo de R$ 30 milhões junto à Caixa.  

Após isso, a administração municipal fará uma relicitação da obra de urbanização e drenagem dos canais das avenidas Doutor Alcides de Araújo, Penedo e Lourival Moreira do Amaral. 

Depois desse serviço, afirma que será necessária nova obra, com novos recursos e outro projeto, para instalação de comportas no bairro Sá Catarina de Moraes. A administração estima que isso deva solucionar o problema das enchentes, mas ressalta que os trabalhos não podem ser feitos antes da execução das obras de urbanização dos canais.

Informou, ainda, que a limpeza de todos os canais da cidade é feita periodicamente, seguindo um cronograma de atividades, e que o serviço foi ampliado com o serviço Mãos à Obra, iniciado em junho.