Cineastas acusam Prefeitura de São Vicente de 'calote' por roteiro de filme

Administração Municipal diz não ter contratado os profissionais para o serviço

Por: Carolina Faccioli  -  07/01/22  -  11:30
Cineastas falam que foram contratados para fazer o roteiro da fundação de São Vicente
Cineastas falam que foram contratados para fazer o roteiro da fundação de São Vicente   Foto: Carlos Nogueira/Arquivo AT

Um cineasta e uma roteirista acusam a Prefeitura de São Vicente de não lhes ter pago por um roteiro feito para um filme que conta a história da fundação de São Vicente. Eduardo Ferreira, de 36 anos, e Thayná Mantesso, de 24, afirmam ter concluído o roteiro em outubro. A Prefeitura alega que os profissionais fizeram apenas uma “prospecção” e que não foram contratados oficialmente.


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O cineasta Eduardo Ferreira conta que o convite para escrever o roteiro, que seria para um filme de curta ou média-metragem, ocorreu em agosto, por meio do secretário adjunto de Cultura da época, Lincoln Spada, e da então secretária, Elizângela Bafini.


Em reunião, os roteiristas foram informados que o projeto estava com prazos curtos, pois a ideia era lançar o filme neste mês. De forma paralela, ocorreria a contratação da empresa que pagaria pelo serviço deles. Eles também não assinaram nenhum contrato.


“De forma normal (o roteiro), já estaria superatrasado. Já era pra estar finalizando uma gravação e não tinha nem um roteiro. Então, sabendo dessa urgência, nós iniciamos esse trabalho lá em agosto, com previsão de entrega em setembro. O serviço que levaria, em média, três meses, a gente fez em um mês”, conta Ferreira.


Após uma nova proposta para transformar o média-metragem em longa, os valores foram renegociados. A versão final do trabalho acabou entregue em outubro e, segundo Eduardo, a secretária informou que o pagamento seria feito até 15 de novembro.


No entanto, em dezembro, eles foram avisados de que o filme não seria mais realizado e que só receberiam caso o filme fosse feito no futuro, segundo o roteirista. Thayná explica que, em uma reunião com a secretária da época, à qual apenas seu colega conseguiu comparecer, deu-se a entender que eles não foram contratados.


Para a jovem, a situação a surpreendeu e o não pagamento é injustificável, pois o roteiro está pronto. “Estou me sentindo completamente desrespeitada. Já tive problemas no trabalho ao longo da vida, com certeza, mas essa questão do desrespeito me surpreendeu. Como a Prefeitura, uma Secretaria de Cultura, lida dessa forma com artistas locais?”.


Em nota, a Secretaria de Cultura, Esportes e Cidadania (Secec) informou que não houve uma contratação oficial dos profissionais que, na época, fizeram uma prospecção, produziram um material e o apresentaram para aprovação da Secretaria de Cultura. A então secretária, Elizângela Bafini, não aprovou o conteúdo e, portanto, não houve sequência para um eventual processo de contratação ou vínculo com a Administração Municipal.


A Reportagem tentou contato com Elizângela e Lincoln Spada, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.


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