Zé do Coco luta para resistir à fase emergencial em Santos: 'O medo é grande, espero que acabe logo'

José Costa dos Santos explica como faz para driblar os prejuízos econômicos da pandemia e manter o quadro de funcionários

Por: Jordana Langella  -  06/04/21  -  11:42
  Foto: Jordana Langella/ AT

Quiosque de coco do canal 6, em Santos, criado pelo José Costa dos Santos, conhecido popularmente como Zé do Coco - apelido que dá nome ao seu negócio - tem histórico de persistência desde 1984, quando o proprietário saiu de Pinhão, cidade de Sergipe, em busca de trabalho na região sudeste.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!



Desde essa época, há 37 anos, José insiste em não deixar a 'peteca cair' e manter seu ‘ganha pão’ - começou vendendo milho na praia, depois comprou um carrinho de coco até finalmente conseguir ter dois quiosques, na orla de Santos. E atualmente não é diferente, manter-se firme é uma característica do empreendedor que adotou o 'delivery' como saída para enfrentar as regras da fase emergencial. “Eu cheguei aqui sozinho e ‘duro’, agora sou empresário, vida boa, casado e com duas filhas”.


Contudo, apesar de sua força, a pandemia afetou o fluxo de venda dos cocos. José conta que antes da primeira quarentena, em março do ano passado, tinha comprado cerca de 100 mil cocos, por R$1,00 cada, o que gerou um déficit de R$100.000,00 e ainda não sabe calcular os danos desse prejuízo, tendo em vista as mudanças constantes das restrições do Plano SP.


Por outro lado, foi surpreendido pela grande procura de clientes pelas famosas cocadas e água de coco, vendidas no modelo de delivery. Ele conta que não esperava por isso, porém não tem estrutura, nem equipe para atender toda demanda. “Não compensa tanto, porque o 'delivery' é muito trabalhoso, tem que sair daqui da Rua Moema (onde fica o seu depósito) até o Emissário, até a entrada de Santos. Tem que correr a cidade inteira e a nossa equipe é a mesma que trabalha no quiosque e aqui na empresa”. Atualmente, o Zé do Coco tem 10 funcionários.


José Costa do Santos em seu próprio negócio, no Estuário, em Santos
José Costa do Santos em seu próprio negócio, no Estuário, em Santos   Foto: Jordana Langella/ AT

Porém, apesar das dificuldades encontradas para se adaptar ao novo modelo de negócio, José ainda consegue pagar o salário dos profissionais e manter as vendas funcionando. E quando perguntado sobre o medo dos impactos econômicos da pandemia, disse que a coragem e vontade de trabalhar são as únicas coisas que tem agora, por isso mantém a esperança. “O medo é grande, mas espero que acabe logo”, afirmou.


Como ficam os quiosques durante a pandemia?


De acordo com o Artigo 4º do Decreto Nº9.287, de 4 de abril de 2021, publicado pela Prefeitura de Santos, os quiosques ficam autorizados a funcionar para atender exclusivamente por meio de serviços de entrega de produtos ao consumidor (“delivery”), das 6h às 23h59.


Logo A Tribuna
Newsletter