'Vamos tirar o milésimo gol do Pelé?', diz vereador, ao citar título dado a ministro em Santos

Lincoln Reis (PL) fez a comparação ao defender relatório contra revogação de "Cidadão Santista" a Milton Ribeiro

Por: Régis Querino  -  11/03/22  -  09:51
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O   Foto: Matheus Tagé/AT

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, vai continuar ostentando o título de Cidadão Santista. Na sessão desta quinta-feira (10), o projeto de decreto legislativo, apresentado pela vereadora Débora Camilo (PSOL), pedindo a revogação da homenagem, foi derrotado por 11 votos a 6. A psolista defendeu que o ministro não era digno da honraria, por emitir opiniões preconceituosas contra homossexuais e crianças com deficiência, mas viu a sua proposta ser arquivada pela maioria dos pares, que levaram em conta o parecer do relator da Comissão de Finanças e Orçamento, Lincoln Reis (PL).


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De acordo com o relator, o título, proposto pelo ex-vereador Hugo Duppre, em dezembro de 2020, já havia gerado um custo e sido pago pela Câmara. Portanto, segundo Lincoln Reis, não haveria motivo para retirar a homenagem. “Não tem o parecer dele (Duppre), se ele quer que retire ou não. O título foi dado, então vamos tirar o milésimo gol do Pelé? Já foi feito o gol! Espero que todos acompanhem o parecer da Comissão de Finanças e Orçamento, que é contrário. É um parecer técnico”, afirmou Reis, vaiado por pessoas que acompanhavam a sessão nas galerias da Câmara.


Lincoln Reis ainda se defendeu das críticas ao seu parecer, dizendo que tem uma irmã homossexual e ninguém poderia acusá-lo de ser homofóbico. Ademir Pestana concordou com o relator ao dizer que o título havia sido aprovado por unanimidade pela Casa, enquanto Cacá Teixeira (PSDB) disse que votaria a favor do parecer por uma questão técnica e financeira, sem entrar no mérito das “falas ruins do ministro”.


Débora Camilo se indignou dizendo que a justificativa do relator não constava no relatório e lembrou que a União havia sido condenada a pagar R$ 200 mil por colocações homofóbicas e capacitistas de Milton Ribeiro. “É esse o tipo de cidadão que queremos dar um título da nossa Cidade?”, indagou a vereadora sobre as falas, no mínimo, infelizes do ministro. Pastor presbiteriano, advogado e professor, Ribeiro já disse que homossexuais “vêm de famílias desajustadas” e crianças com deficiência podem atrapalhar outras crianças em escolas públicas.


Votaram a favor do projeto de Débora Camilo os vereadores Ana Bianca (PSB), Augusto Duarte (PSDB), Chico Nogueira (PT), Rui de Rosis (União Brasil) e Telma de Souza (PT).


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