Tendas da saúde recebem 300 pacientes em um dia em Santos

Estruturas foram instaladas em duas UPAs e em centro esportivo da Zona Noroeste

Por: Rosana Rife  -  26/12/21  -  07:25
Na UPA Central de Santos, movimento de munícipes com sintomas de síndromes gripais tem sido intenso
Na UPA Central de Santos, movimento de munícipes com sintomas de síndromes gripais tem sido intenso   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A partir de agora, quem estiver sintomas de gripe ou covid-19, em Santos, deverá se dirigir às tendas montadas pelo Município desde a noite de sexta-feira (24). Elas funcionam em frente às UPAs da Zona Leste (Praça Visconde de Ouro Preto, s/nº, Estuário) e Central (Rua Joaquim Távora, 260, Vila Mathias). Juntas, elas atenderam 306 pessoas entre 7h e 16h30 de sábado (25).


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Já na Zona Noroeste, a tenda do Centro Esportivo M. Nascimento Jr (Rua João Fraccaroli, s/nº) só começa a operar nesta noite de Natal. “Foram contratadas equipes para atuar exclusivamente nas tendas, de forma a agilizar o atendimento a quem apresenta sintomas gripais”, explicou, em nota, o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta.


Com isso, pessoas com outros tipos de problemas de saúde poderão ser atendidas nas UPAs sem correrem o risco de ter contato com pacientes que possam ter gripe ou coronavírus, por exemplo.


Detalhes
As três UPAs já realizaram 10.964 atendimentos apenas a moradores nessas condições este mês. O Município confirmou ainda a ocorrência de 38 casos de gripe em 2021, sendo dois causados pelo vírus Influenza A H1N1, um pelo Influenza A H3 e 35 pelo Influenza A. Nas duas últimas situações, não houve identificação do subtipo encontrado pelo laboratório responsável pela análise.


“Estamos vivendo ao mesmo tempo uma epidemia de gripe com uma pandemia de covid-19. As pessoas estão cansadas dos vírus, mas os vírus não se cansam, continuam se propagando. Ficar infectado com um pode tornar o indivíduo mais vulnerável a adoecer com o outro”, destaca o médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor do curso de Medicina da Unaerp Guarujá, Leonardo Weissmann.


Ele frisa que o vírus da gripe também pode levar a casos graves, com hospitalizações e óbitos, especialmente nos chamados grupos de risco, como crianças (principalmente maiores de 2 anos de idade), idosos, gestantes, pacientes com doenças crônicas e pessoas com alguma diminuição das suas defesas.


Proteção
Quem apresentar febre, tosse, dor de garganta e dor no corpo deve evitar sair de casa e colocar outras pessoas em risco, ressalta Weissmann. “Caso ela não tenha tomado as vacinas recomendadas, procure se imunizar e aumentar sua proteção”.


O alerta é reforçado pelo médico infectologista e diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Evaldo Staniaslau. “Precisamos avisar aos patrões e empregadores, de uma maneira geral, que Influenza é uma doença que precisa do afastamento do trabalhador. Então, que haja uma compreensão desta necessidade sanitária do afastamento neste momento”.


Idosos, gestantes e pessoas com comorbidades devem procurar as unidades de pronto-atendimento se tiverem os sintomas gripais, devido ao maior risco de complicações, alerta a Administração Municipal.


Higienização
Apesar das medidas que visam a melhorar o atendimento nesse momento de pico de casos de síndromes gripais, é fundamental que as medidas para a prevenção de doenças respiratórias sejam redobradas, como o uso de máscaras, o distanciamento físico, os ambientes bem arejados com circulação do ar, higienização frequente das mãos, além de se evitar aglomerações, alertam os infectologistas.


“O vírus da gripe é transmitido por gotículas eliminadas quando uma pessoa com a infecção fala, tosse ou espirra, especialmente em lugares fechados, de forma semelhante ao vírus da covid-19. Então, as medidas valem para esses e qualquer vírus de transmissão respiratória”, avisa Weissmann.


Outra medida ressaltada por Stanislau é a realização de testes para quem manifestar quadro de síndrome gripal.


“É importantíssimo provisionar teste para covid e para Influenza. Porque as pessoas que procuram assistência médica precisam fazer exames para as duas doenças, sobretudo nesse momento que a variante Ômicron começa a circular no Brasil e ela se expande muito rapidamente. Temos de diagnosticar o mais rápido possível os casos de positividade para ela”.


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