Secretário de Saúde de Santos considera 'inadmissível' demora na UPA da Zona Noroeste

Fábio Ferraz admite atrasos no atendimento e afirma ter cobrado entidade que faz a gestão da unidade

Por: Matheus Müller  -  01/02/20  -  18:23
Pacientes aguardaram mais de 10 horas por atendimento na terça-feira
Pacientes aguardaram mais de 10 horas por atendimento na terça-feira   Foto: Matheus Tagé

O secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, classificou como “inadmissível” o tempo que os pacientes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste tiveram de esperar por atendimento na última terça-feira.


Em alguns casos, o atraso ultrapassou em sete horas o período preconizado pelo Ministério da Saúde. Ou seja, aqueles que receberam a pulseira azul na triagem (baixa complexidade) deveriam aguardar por quatro horas pelo médico, e esses passaram mais de dez horas na unidade.


Segundo ele, a justificativa apresentada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Organização Social (OS) que faz a gestão da UPA, foi a de que, entre 13h e 15h, surgiram muitos casos de urgência (pulseira amarela – atendimento em até 30 minutos) e emergência (pulseira vermelha – atendimento imediato), sobretudo idosos. Portanto, a equipe médica local teve que ser deslocada para esses casos.


Ferraz explica que, assim como a Reportagem recebeu a denúncia dos problemas na unidade, a Secretaria de Saúde também foi informada, mas, ressaltou, de forma tardia. “Tivemos acesso [ao problema] por volta das 19h. Exigimos medidas urgentes a serem tomadas [naquele momento]”.


“Todos os pacientes em situação de urgência e emergência foram atendidos em tempo sustentável, seguindo as portarias do ministério. Os azuis, de fato, excepcionalmente, tiveram essa demora [na terça-feira]. Isso não aconteceu mais e não acontecerá, porque não é a rotina nas UPAs”, garante. 


Exigência


Diante da situação, a qual considerou por algumas vezes “inadmissível”, o secretário informou ter feito exigências à SPDM. “O que já fiz, inclusive, [em contato] com a diretoria da entidade, [foi pedir] um melhor contingenciamento para o plano de exceção”. 


Ele explica que quando as unidades recebem uma demanda grande de pacientes com identificações amarelas e vermelhas (urgência e emergência), e os médicos de plantão precisam voltar as atenções aos casos, devem ser convocados outros profissionais.


“Se a gente [OS] percebeu que tem problema [com demora no atendimento] das 13h às 15h, às 16h temos que tomar uma ação. Qual a ação?  A convocação de mais profissionais. Isso foi feito, mas só ao fim do dia, quando tivemos a diminuição do fluxo”.


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