Recém-nascida sofre duas paradas cardíacas em Santos e precisa de cirurgia urgente

Mesmo com uma decisão judicial em favor, pequena Antonella ainda não foi transferida

Por: Anderson Firmino  -  14/04/24  -  06:39
Atualizado em 16/04/24 - 09:46
Antonella nasceu no dia 22 de março e sofre de cardiopatia congênita complexa
Antonella nasceu no dia 22 de março e sofre de cardiopatia congênita complexa   Foto: Arquivo Pessoal/Vanessa Rodrgues

A pequena Antonella Aparecida de Lima, nascida há menos de um mês, já encara sua primeira grande luta: pela sobrevivência. Internada no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, ela teve detectada uma cardiopatia congênita, o que sugere uma cirurgia urgente para sanar o problema. Porém, ela ainda aguarda na fila da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) e duas paradas cardíacas, na sexta (12) e no sábado (13), aumentaram o temor algo pior.


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“Esse processo está sendo muito difícil para a gente, para mim e para a minha esposa, Pamela. A dificuldade aqui é arrumar uma vaga em um hospital em São Paulo, que faça esse tipo de cirurgia”, explica o pai da recém-nascida, o meio-oficial funileiro Henrique Gomes de Lima.


Ele, que mora com a esposa, Pamela Aparecida de Oliveira, e um filho de sete anos na Vila Mirim, em Praia Grande, conta que Antonella nasceu no último dia 18 de março. Porém, desde os primeiros dias, o clima de apreensão tomou conta da família.


“A cada dia que passa, o caso dela está piorando. Foram duas paradas cardíacas seguidas. A médica já disse também que pode chegar uma hora que ela não volte. Isso a gente não quer que aconteça. Precisamos dessa vaga urgente”, implora.


Lima conta que chegou a procurar a Defensoria Pública, em busca de uma tutela antecipada (liminar) para agilizar a transferência. Despacho do dia 8 de abril, assinado pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, da Vara da Infância e da Juventude de Praia Grande, estipulou o prazo de 48 horas para que ocorresse, sob pena de multa de R$ 250,00 por dia, com o limite de até R$ 30 mil. Até o momento, a ordem não foi cumprida.


“Estamos ligando para todo mundo e para todos, quem puder ajudar. Nós não temos mais para quem ligar, não temos mais para quem procurar. Estamos desesperados”, sintetiza.


Outro lado

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que a paciente foi inserida na regulação estadual e segue internada no Hospital Guilherme Álvaro. Confira a resposta na íntegra.


A Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) informa que a paciente A.A.L. foi inserida na regulação estadual no dia 19 de março de 2024, para a especialidade de cardiologia neonatal. Ela segue internada no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), sendo acompanhada por equipe multidisciplinar e recebendo a devida assistência médica até que seja possível uma transferência segura para unidade especializada.


A Cross é um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência. Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo, seja ele municipal, estadual ou filantrópico, e apto a cuidar do caso. A Central possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga disponível em serviços de saúde do SUS, preferencialmente na região de origem do paciente, com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes.


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