Em Santos, um projeto encontrou na juventude a força para empoderar os moradores e criar uma rede de ações colaborativas. Com atividades culturais, esportivas e de empreendedorismo, o projeto Go Alemoa Go está impulsionando a comunidade a ir além.
Segundo a pedagoga responsável pelo projeto, Suely Silva de Araújo, as ações começaram em 2018, quando o Instituto Plataforma Brasil chegou ao bairro. No início, a ideia foi identificar as principais necessidades dos moradores e a melhor maneira de engajar a comunidade para atendê-las.
“Percebemos que o ideal seria concentrar as ações em três eixos: cultural, esportivo e de empreendedorismo. Então, o projeto nasceu para buscar parcerias, principalmente com as diversas empresas que estão ao redor do bairro, e desenvolver atividades nestas áreas”, explica Suely.
Logo nas primeiras ações, eles perceberam o quanto o grupo de jovens se fortaleceu e se tornou peça chave nos trabalhos. “Os adultos têm mais dificuldade para se envolver. Os jovens foram muito receptivos e se engajaram demais”.
Associando-se a outros projetos da Alemoa, como o Programa Educativo Anne Frank, as equipes desenvolvem atividades adaptadas à realidade do bairro. Uma delas foi organizar uma grande quermesse.
O objetivo foi envolver empreendedores do bairro para que pudessem expor e comercializar seus produtos. Além disso, foi uma alternativa de diversão para as crianças, que são carentes de espaços de lazer na comunidade.
O campeonato de futebol também serviu a esse objetivo. Mas o Go Alemoa Go desenha uma ação maior. Eles pensam em um evento anual que gere renda internamente e fortaleça a identidade e a autoestima dos moradores.
Cuidando da juventude
Mas, para garantir o envolvimento dos jovens em projetos nos quais eles precisam pensar na comunidade, o Go Alemoa Go também precisa ter foco em trabalhos com a juventude e sua identidade.
Por isso, as rodas de conversa e as palestras educativas são pontos fundamentais do trabalho. São abordados temas como saúde mental, diversidade, preconceito e respeito, que ajudam no desenvolvimento e no empoderamento dos adolescentes.
Em uma das atividades, eles levaram o arco-íris para as paredes, muros e postes ao falar sobre diversidade sexual e homofobia. “Tudo isso colabora com a postura deles. Vi muitos chegando com uma fala mais agressiva, até por insegurança, e hoje têm uma postura mais segura e um olhar muito mais solidário com a comunidade”, diz Suely.
Aos interessados, ela diz que é só chegar. “Nosso trabalho acontece muito no boca a boca, na conversa entre os jovens e as famílias.