Praça do Aquário de Santos ganhará estátua de Iemanjá

Imagem será inaugurada em 2 de fevereiro, durante a 20ª procissão marítima à divindade na cidade

Por: Eduardo Brandão  -  25/01/20  -  09:56
  Foto: Divulgação/ Prefeitura de Santos

Palco de atos ecumênicos e de união das diversas manifestações de fé, a Praça Vereador Luiz La Scala, na Ponta da Praia, em Santos, também se tornará local de resistência das religiões de matrizes africanas. Uma estátua de Iemanjá, a Rainha do Mar e mãe de todos os Orixás, será instalada nas imediações do Aquário Municipal.


É lá que ocorre, anualmente, a concentração popular para procissão marítima em celebração à divindade. Feita em fibra de vidro e pintada em tons que lembram o cobre, a escultura terá dois metros de altura.


A peça, avaliada em R$ 40 mil, é executada pelo artista plástico Luís Garcia Jorge. Segundo a prefeitura, a imagem será entregue no dia 2 de fevereiro, data em que ocorrerá a 20ª procissão marítima, que atrai umbandistas, praticantes do candomblé e simpatizantes à divindade.


“Vai simbolizar os 20 anos em que Santos realiza anualmente o ato em homenagem à Rainha do Mar. Mais que um resgate histórico, trata-se de um evento consolidado e tradicional na cidade, que tem impactos na economia e turismo”, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Carlos Mota.


O titular da pasta recorda que as comemorações pelas duas décadas do festejo santista tiveram início no último dia 14. Realizado pela Associação Beneficente Cultural e Religiosa Asé Sobo Oba Àrirá, o ato marcou o lançamento do selo dos Correios alusivo à data.


Também foi entregue o Troféu Odoyá e ocorreram as posses dos embaixadores da procissão de 2020 e homenagens a profissionais que se dedicaram ao cortejo ao longo desses anos.


Iemanjá


A devoção a Iemanjá chegou ao Brasil durante o período colonial, trazida pelos povos escravizados. No sincretismo religioso, corresponde à Nossa Senhora dos Navegantes, dada relação com os pescadores e atividades ligadas ao mar.


Em terras africanas, contudo, é considerada a deusa do Rio Ogun, rainha das águas doces. Os cabelos negros, os traços delicados e os seios fartos sintetizam na divindade o arquétipo da maternidade, razão que é tida como mãe dos demais orixás (divindades das religiões de matrizes africanas).


Também chamada de Janaína, recebe o título de deusa da compaixão, pois acolhe a quem lhe pede ajuda, sem julgar e nem reduzir a dor de ninguém.


Apesar de ser celebrada em diversas datas, convencionou-se ser relacionada a 2 de fevereiro, ocasião em que uma grade procissão marítima acontece em Salvador, na Bahia – data que inspirou as celebrações santistas.


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