População reclama de prejuízos e contratempos provocados por obras do VLT em Santos

Crianças deixaram de ir para a escola devido à interdição. Pedras e detritos atrapalham passagem de pedestres na região

Por: Diogo Menezes  -  28/03/24  -  07:37
Atualizado em 28/03/24 - 15:32
Moradora mostra como interdições e bloqueios em frente de casa
Moradora mostra como interdições e bloqueios em frente de casa   Foto: Arquivo Pessoal/Julia Alves

As obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) estão causando reclamações e prejuízos aos moradores da Rua da Constituição, no bairro Paquetá, em Santos. Eles disseram que, na terça-feira (26), amanheceram com a via e a calçada bloqueadas e não têm como atravessar o trecho em segurança, principalmente as crianças e os idosos.


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A autônoma Julia Leal afirma que se sentiu desrespeitada ao chegar na própria casa. “De manhã, quando cheguei do trabalho, tive que tirar materiais da minha porta para poder entrar. Eles simplesmente deixaram a passagem de pedestre apenas para um lado e minha residência é do outro. Agora pouco tive que passar por cima de materiais e areia, ou seja, se for criança ou idoso não sai.”


Por conta do problema, ela conta o perigo de ser vítima de um acidente devido a quantidade de detritos ao redor de casa. "Tive que sair pulando por cima de materiais de construção, correndo o risco de cair. Não tenho crianças, mas meus vizinhos têm. Para carros está 100% bloqueado”, relata.


As obras tiveram início na sexta-feira (22), mas ela afirma que os moradores não foram comunicados sobre a interdição da calçada, e não sabem quanto tempo ficarão reféns desta situação. Entretanto, se diz favorável à expansão do VLT e a vê como avanço para a Cidade.


“Passaram a noite toda trabalhando com as máquinas e assim por diante durante o dia, quebrando tudo e agora a tarde o lado da minha residência está impossível passar a pé. Eu entendo e acho legal as melhorias, porém, eles têm que entender que somos moradores e precisamos de segurança também para a locomoção", conta.


A rua da Constituição está completamente interditada devido às obras do VLT e moradores precisam se arriscar para entrar e sair de casa
A rua da Constituição está completamente interditada devido às obras do VLT e moradores precisam se arriscar para entrar e sair de casa   Foto: Julia Alves

A motorista Vanessa Santos também mora na rua da Constituição com o marido e três filhos. Ela explica que, sem conseguir sair de casa em segurança, os filhos não foram para a escola nesta terça-feira (22).


"Colocaram materiais em todo canto, impossibilitando nossa locomoção. Creio que se nos dois lados existem moradias, deveriam separar a faixa para pedestres dos dois lados”, destaca.


Desde o início das obras, ela conta que tem deixado o carro ruas distante de casa, mas atravessar as pedras e detritos tem sido um desafio. “Para sair de casa, está impossível. Ou sai por cima de materiais ou não sai. Inclusive, saí por cima de um monte de areia que foi depositada ao lado de um gerador imenso. Ou seja como sair?”, questiona.


A Prefeitura de Santos informou, em nota, que mantém contato com moradores e comerciantes sobre o andamento dos serviços, assim como avisa, com antecedência, sobre as intervenções no trânsito e outros impactos como bloqueios, rotas alternativas e desligamento da rede elétrica. Também disse que a plataforma Waze indica as rotas alternativas para os motoristas.


A Administração explicou que fiscaliza os impactos e cumprimento do cronograma da obra estadual da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e que faz reuniões mensais para acompanhar o andamento do serviço. Também garantiu que, diariamente, representantes da administração pública e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos acompanham as obras junto à EMTU.


Quanto ao prazo para conclusão do trecho a Prefeitura não soube informar. O bloqueio da passagem dos pedestres não foi comentado pela Administração.


Já a EMTU informou que o prazo para conclusão das obras no trecho da rua da Constituição é 29 de junho. O órgão garante ainda que agentes da CET e da comunicação social da construtora informam a comunidade sobre as ações e interdições com antecedência, por meio de comunicados físicos e eletrônicos.


Além disso, as obras da segunda fase do VLT possuem canais oficiais para informações, solicitações, elogios, dúvidas, sugestões ou reclamações, como o telefone (13) 99112-1281 e o WhatsApp (13) 3346-8700 e 0800-215-0011. Outro canal que pode ser utilizado é o e-mail vltvalongo@alyaconstrutora܂com.


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