Patinetes elétricos estão mais populares em Santos

Apesar de ser um meio de transporte sustentável, números apontam que ele ainda é mais utilizado para o lazer

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  26/11/19  -  20:30
Uso das patinetes divide opiniões; prefeitura afirma preparar projeto de lei
Uso das patinetes divide opiniões; prefeitura afirma preparar projeto de lei   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

De janeiro a agosto deste ano, os usuários de patinetes elétricos de Santos percorreram, em média, 40 mil quilômetros por mês. É mais ou menos como ir e voltar de São Paulo 250 vezes. O dado faz parte de um relatório feito pela Grow - empresa dona da Grin e Yellow que alugam patinetes na cidade. O levantamento aponta, ainda, que Santos registrou crescimento médio mensal de 8% nas viagens neste período.


Segundo Renata Greco, analista de Relações Governamentais e Institucionais da Grow, esses relatórios estão sendo feitos nas cidades onde a empresa realiza o serviço de compartilhamento de patinetes. “Nosso objetivo é ajudar nas políticas públicas de mobilidade urbana”.


Para isso, a ideia é conversar com as prefeituras, como a de Santos, na tentativa de verificar o que é possível fazer para que o patinete faça essa diferença.  


Por enquanto, apesar de ser um meio de transporte sustentável, ele ainda não consegue esse objetivo. Pelo menos em Santos. Os números revelam, por exemplo, que a maior concentração de viagens acontece na orla e aos fins de semana, evidenciando o uso para lazer em dias de trânsito mais calmo.  


“Nos dias úteis, o volume é baixo se comparado aos fins de semana, variando de 35% e 45% do domingo, o principal dia de operação”, aponta o documento.  


No entanto, o relatório da Grow diz que em dias de semana, há uma concentração de inícios de viagens no bairro Gonzaga e outros bairros próximos, o que pode indicar que os patinetes são usados para fins de trabalho ou educação.  


Além disso, a pesquisa ressalta que a área central e o bairro Boqueirão nas ruas Washington Luiz, Conselheiro Nébias e Governador Pedro de Toledo têm números significativos de viagens, mas carência de áreas dedicadas a bicicletas e patinetes.  


Aumentar a malha cicloviária é uma forma de canalizar viagens de patinete. E neste caso, incentivar o uso em substituição do carro, por exemplo, melhorando a mobilidade na cidade, diz Renata. “Nós queremos discutir com os parceiros públicos alternativas para aumentar a micromobilidade em algumas áreas”, explica.


Isso, detalha ela, significaria ter mais pessoas utilizando patinetes ou bicicletas em percursos curtos, principalmente, em dias úteis. “São aqueles 5 quilômetros iniciais que andamos até chegar ao transporte público ou aqueles 5 quilômetros finais que caminhamos para chegar em casa ou na faculdade”.


Isso é um incentivo para as pessoas optarem pelo transporte público, integrando com alternativas mais sustentáveis de locomoção.  


Prefeitura  


Em nota, a Prefeitura de Santos afirma que as principais vias da cidade já dispõem de ciclovias. Atualmente, são mais de 47 km de malha cicloviária e outros 4,4 km em construção.  


“Vale esclarecer que patinetes elétricos podem fazer uso da malha cicloviária já existente [em velocidade de até 20 km/h], como também circular em áreas destinadas a pedestres - calçadas [em velocidade de até 6 km/h] -, nos termos da Resolução 315/2009”, afirma em nota.  


Sem norma  


A prefeitura faz referência à Resolução 315/2009 porque a cidade ainda não tem normas específicas para regulamentar o uso dos patinetes. Segundo a administração, um projeto de lei com esse objetivo está finalizado por parte da CET e, neste momento, encontra-se sob análise no gabinete. Depois disso, será encaminhado à Procuradoria Geral do município, para análise jurídica, antes de ser enviado à Câmara.


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