Após ser resgatada com ferimentos no Canal 4, ave volta à natureza em Santos

Animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no Canal 4 e ficou cinco dias sob cuidados veterinários

Por: ATribuna.com.br  -  28/03/24  -  07:32
Atualizado em 30/03/24 - 09:44
Ave ficou sob cuidados veterinários e, depois, foi devolvida à natureza
Ave ficou sob cuidados veterinários e, depois, foi devolvida à natureza   Foto: Arquivo pessoal/Eduardo Filetti

Foi devolvida a natureza no último sábado (23) uma ave que foi encontrada ferida dentro do Canal 4, em Santos. Depois de ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros no dia 18 de março, ela ficou cinco dias sob cuidados médicos, até conseguir se recuperar para retornar ao habitat natural.


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A espécie do animal gerou dúvidas entre especialistas. O biólogo Leonardo Casadei, especializado no estudo de aves, aponta se tratar de um gavião jovem, o qual pode ser um asa-de-telha ou carijó.


Segundo ele, as duas espécies costumam aparecer na região. "O gavião-carijó e o asa-de-telha, quando jovens, são muito parecidos. O asa-de-telha é mais comum ainda em Santos, é o que mais ocorre na cidade. Fica no Canal 3, no Jardim Botânico, Orquidário, Hospital Guilherme Álvaro", explica.


Segundo pessoas que moram perto de onde a ave foi encontrada, ela teria batido numa fiação elétrica, sofrido choque e caído dentro do canal. As mesmas pessoas teriam acionado o Corpo de Bombeiros para realizar o resgate.


A corporação chegou com a ave na clínica por volta das 18h20, onde recebeu cuidados do veterinário Eduardo Ribeiro Filetti. Além dele, quem também colaborou na recuperação do animal foi o irmão Celso Ribeiro Filetti. Juntos, eles atuaram durante cinco dias administrando um quadro de hemorragia interna que a ave apresentou, com aplicação de compostos vitamínicos e antibióticos.


Ave chegou ao consultório no dia 18 de março e apresentava fissura em uma das asas e hemorragia interna
Ave chegou ao consultório no dia 18 de março e apresentava fissura em uma das asas e hemorragia interna   Foto: Arquivo Pessoal/Eduardo Filetti

“Ela tinha uma fissura em uma das asas do lado esquerdo e passou por uma radiografia. Ainda verificamos que a ave estava com hemorragia interna. Ela estava bem assustada, então a deixamos em observação e logo ela começou a se alimentar de novo com proteínas”, relata Eduardo Filetti.


Filetti conta que a ave tinha traços bastante selvagens e, por isso, durante todo o atendimento, foi necessário utilizar luvas específicas. Enquanto ficou em observação, o animal permaneceu em uma sala de 16 m², com janelas grandes e fechadas, com vista para árvores, além de refrigeração em temperatura agradável para a espécie.


“Nós pesamos a ave para ver a dose certa de cada medicação, injetamos tudo no peitinho com uma seringa de insulina, bem pequena. Em três dias, após os exames radiológicos, alimentação com proteína na comida, anti-inflamatórios e vitaminas, a gente viu que ela conseguia fazer voos maiores. Embora a gente tenha a colocado numa sala climatizada, que tinha vista para árvores, nós aceitamos fazer o melhor, que era realizar a soltura da ave. Foi bem legal e tranquilo”, conta.


O veterinário e o irmão já são conhecidos em Santos por cuidar de animais que são resgatados. Em toda a carreira deles, diversas espécies tiveram a saúde recuperada e retornaram ao habitat natural. Mesmo tendo atuado em tantas histórias, Filetti comenta que cada uma gera um sentimento diferente.


“Eu sempre gosto de fazer coisas que ajudam a cidade, já recuperei vários tipos de aves, sempre fui idealista contra matança de animais. Acredito que é uma obrigação nossa, não podemos negar esses atendimentos, eu fico contente que sempre lembram da gente e trazem os animais até aqui, pois confiam no nosso trabalho. São 37 anos de carreira, cada caso gera um sentimento, uma gratidão diferente”, finaliza.


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