Uma das tradicionais lojas de Santos fechará as portas no próximo dia 29. Localizada no famoso Boulevard, no bairro Gonzaga, a famosa Lojinha do CasaVelha está encerrando um ciclo de 16 anos.O lugar ficou conhecido como um garimpo de produções artesanais e sustentáveis de 60 marcas no município.
Os arquitetos Lívia Scapuccin e Lincoln Santana são os responsáveis pelo projeto iniciado em 2005, quando que começaram com eventos de economia criativa. O local foi transformado em loja quatro anos depois.
Em conversa com a reportagem de A Tribuna, Lívia explica que esse não é o fim do CasaVelha. Segundo ela, a lojinha deixará de existir para dar lugar a um novo projeto.
"O fechamento se deu pelo fato de sermos arquitetos em São Paulo e estarmos mais focados no nosso escritório. Com a baixa das vendas nos últimos dois anos de pandemia, resolvemos encerrar esse projeto que temos desde 2005. A lojinha foi um sonho realizado, mas a rentabilidade de um comércio com essa proposta é muito baixa. Resistimos muito", relata.
O casarão onde fica a loja pertence aos pais de Lívia desde 1957 e por 46 anos foi o local de funcionamento do Magazine New York, até a inauguração do CasaVelha, que surgiu com a intenção de ser um espaço multicultural em Santos, trazendo shows, exposições e outros eventos.
A lojinha, como é carinhosamente chamada desde a inauguração, dará lugar a uma galeria de espaço compartilhado para empreendedores. A ideia, de acordo com Lívia, é poder montar na galeria sua própria "Lojinha". O local terá artesanato, mas acompanhado de outros segmentos.
"O CasaVelha proporcionou muitos momentos maravilhosos desde o início, quando realizávamos eventos de economia criativa. Sem o CasaVelha nada disso existiria. Esperamos que a sementinha que plantamos continue crescendo por lá. Assim como a Lojinha nasceu no CasaVelha, ela deixou frutos para nascer a galeria".
Chamada de Galeria CasaVelha, o espaço fica próximo ao bar e restaurante que leva o mesmo nome, inaugurado em 2003. No total, serão 12 espaços para locação, de diferentes tamanhos, disponíveis para empreendedores de qualquer segmento. Segundo Lívia, todas as áreas deverão ficar prontas até o mês de março.
Segundo a arquiteta, a trajetória da Lojinha foi traçada com muito amor. Lívia conta que recebeu muito carinho dos clientes e artesãos e que se alegra de saber que deu visibilidade a projetos pequenos e sustentáveis.
"Muita gente entra lá falando que é um refúgio no meio do Gonzaga, que se sente acolhido. Isso enche nosso coração de amor. Descobrimos muita gente que tinha uma produção pequenina e cresceu conosco, marcas que nem acreditavam que poderiam vender suas criações. A frase clichê 'muito amor envolvido' traduz a Lojinha", finaliza.