Fé, reflexão e reconhecimento. Três palavras que ajudam a contar o sentimento de quem vivencia a Paixão e morte de Jesus Cristo, celebradas nesta sexta-feira (29), como parte do chamado Triduo Pascal. Após a Ceia e a cerimônia do Lava-Pés, na Quinta-Feira Santa, ele chega ao fim no domingo (31), com a ressurreição de Cristo e a comemoração da Páscoa.
O bispo diocesano de Santos, Dom Tarcísio Scaramussa, celebrou nesta sexta as atividades que marcaram a data, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Centro de Santos - a Catedral passa atualmente por obras. Segundo ele, mesmo não havendo uma missa comum, o evento é cercado de consternação pela morte de Cristo na cruz.
“A Páscoa é a maior festa para o cristianismo. É a celebração da Paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A sexta-feira é para a reflexão, para a contemplação”, explica Dom Tarcísio.
Um dos momentos mais marcantes da celebração foi a adoração de Cristo na cruz, após ter um pano que o cobria retirado, com a procissão das pessoas que vão até a imagem para o reverenciarem. Também houve a narrativa do Evangelho da Paixão de Cristo e a comunhão.
O bispo diocesano acredita que, dessa forma, os fieis podem vivenciar melhor o importante momento da fé cristã. “Tudo é feito em silêncio, muito respeitoso, para que a gente possa compreender melhor essa realidade da morte de Cristo na cruz. Ele, que morreu como uma pessoa humana, ressuscita por nós. Sua morte foi para nos salvar”.
Dom Tarcísio Scaramussa só lamenta que, em muitos casos, o viés comercial assumido pela celebração pascal, com a corrida frenética por ovos de chocolate, tenha prioridade sobre o real sentido da Páscoa.
“Houve uma época onde parte da sociedade tinha uma visão de fé, celebrava o Natal e a Páscoa como algo religioso. A partir do momento em que ocorre uma secularização, e que a sociedade não é mais predominante de fé, ela vai dando outro sentido à festa, mais para a parte de interesse comercial. Hoje, alguns nem falam mais em Semana Santa, mas em Feriado de Páscoa”, constata.
Nos bancos da Igreja, contudo, a fé e respeito à morte de Cristo eram soberanos. “Igual a Ele não seremos, mas devemos ser autênticos. A Páscoa é uma grande luz”, decreta o operador de máquina, Adilson Aparecido Ribeiro, que foi à Igreja de Nossa Senhora do Rosário acompanhado da esposa e do filho.
A administradora aposentada Maria Cecília Frascino Fonseca Oliveira Silva também compareceu à celebração, tida como "muito importante para a fé". "É importante celebrarmos a morte de quem se sacrificou por nós, para salvar o mundo dos pecados que havia demais. É uma celebração feita pela igreja onde todos participam, com grandes leituras".