Farmácias e mercados estão sem estoque de álcool em gel

De acordo com o CEO da Abrafarma, além da demanda muito grande, estados e municípios compram boa parte dos produtos

Por: Matheus Müller & colaborou Alexsander Ferraz &  -  27/03/20  -  16:20
  Foto: Alexsander Ferraz

Sete farmácias foram visitadas pela Reportagem e nenhum álcool em gel foi encontrado, só alguns pequenos frascos de 50 ml do produto líquido. O cenário é o mesmo observado em muitos supermercados, onde os produtos também estão em falta.


Diante da situação, fica difícil avaliar se houve redução no valor do item que, desde a última segunda-feira (23), seria vendido a preço de custo, como anunciado pelo governador João Doria (PSDB), após acordo entre Estado, Associação Paulista de Supermercados (Apas) e Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma).


De acordo com o CEO da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, a disponibilidade do produto depende do abastecimento dos fornecedores .


“Existem lojas que têm disponível logo cedo, mas, depois o álcool em gel esgota. Em outras, o produto nem chega a ser distribuído, por absoluta falta de estoques. Isso também tem acontecido com supermercados. Não dá para vender aquilo que não se tem”, explica.


Além da alta demanda da população pelo produto, Barreto ressalta as compras expressivas dos governos. “Não podemos deixar de levar em conta o confisco que muitas prefeituras e governos estaduais fazem nos centros de distribuição de distribuidores e do varejo, piorando ainda mais a situação”.


Controle


Vale ressaltar o controle das farmácias sobre o fluxo de clientes nas unidades visitadas – das grandes redes às farmácias de bairro. Em algumas delas, um funcionário já iniciava o atendimento na porta para evitar aglomerações. Nos estabelecimentos também foram observados poucos clientes.


Sem resposta


A Tribuna entrou em contato com a Apas para saber sobre o abastecimento do produto nos supermercados, mas não obteve resposta.


Giuliana, dona de uma clínica de idosos, não encontra produtos e EPIs
Giuliana, dona de uma clínica de idosos, não encontra produtos e EPIs   Foto: Alexsander Ferraz

Clínica para idosos 


A empresária e advogada Giuliana Raduan Crizol, de 37 anos, é dona de uma clínica de idosos, e estava em uma das farmácias procurando álcool em gel, máscaras e outros produtos para o local.


Ela ressalta que tem enfrentado dificuldades para atender com tranquilidade aos 20 idosos cuidados por ela e funcionários, no Marapé, em Santos. Segundo Giuliana,  tem sido complicado encontrar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os profissionais, além de alimentos, que estão mais caros ou em falta.


A empresária explica que Santos tem mais de 40 casas desse segmento e nenhuma orientação sobre como cumprir as determinações do Ministério Público do Idoso e Vigilância Sanitária. Além de ter reforçado os cuidados com a higienização e orientado os familiares a evitarem visitas desnecessárias, 


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