Família de São Vicente cobra estado por home care para criança que nunca saiu do hospital

Criança que sofreu complicações na hora do nascimento precisa de cuidados especiais

Por: Marcela Ferreira  -  05/02/20  -  15:45
Família espera por liberação de home care para levar filho para casa pela primeira vez
Família espera por liberação de home care para levar filho para casa pela primeira vez   Foto: Arquivo pessoal

A família de Arthur dos Santos Soares, de apenas dois anos e três meses de idade, luta para poder levar a criança para casa com o serviço de home care. Desde o nascimento, o menino está no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, devido a complicações no parto. A mãe dos gêmeos, Maria Adriana dos Santos Soares, sofreu o rompimento da placenta de Arthur, e precisou de um parto de emergência. A menina, Valentina, é saudável, mas Arthur tem paralisia, hidrocefalia e problemas neurológicos.


“Minha esposa engravidou de um casal de gêmeos, e com 34 semanas a bolsa estourou. Fomos para o Guilherme Álvaro porque ela já estava fazendo o pré-natal lá. Ela ficou internada e depois de três dias precisou fazer o parto. O Arthur ficou mais de 10 minutos sem oxigênio, então levaram ele para a UTI Neonatal, reanimaram e ele ficou em coma induzido por dois meses”, conta o pai das crianças, Marlon Fernando da Silva Soares, de 35 anos.


O menino precisou ser submetido a uma traqueostomia e gastrostomia para poder respirar e ser alimentado. Desde o nascimento, Arthur já passou pela UTI Neonatal, UTI Pediátrica e atualmente está na ala da Pediatria do hospital. A criança acabou perdendo a visão após contrair meningite bacteriana duas vezes enquanto estava na unidade de saúde. 


Há dois anos vivendo no hospital, a família luta para conseguir o home care e os insumos para os cuidados com o filho. O serviço atende pacientes em casa e a concessão é feita pelo Estado. Segundo o pai, o processo foi aprovado em primeira e segunda instância em 2018, mas eles ainda aguardam a liberação do serviço.


Arthur e Valentina no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos
Arthur e Valentina no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos   Foto: Arquivo pessoal

Marlon diz que a criança está estável, e deveria estar em casa. “Eles não cumpriram a liminar, já foram feitas várias intimações, e meu filho vai ficando lá dentro. No hospital, ele corre risco, está exposto a tudo”, desabafa o pai.


Moradores de São Vicente, a família se divide entre os cuidados com a irmã de Arthur, Valentina, e o menino. “Minha esposa fica de segunda a sexta-feira no hospital, e eu fico em casa com a minha menina, levo ela na creche e faço as coisas em casa. É muito difícil para mim, eu sou autônomo. Estou pedindo o que é direito dele, isso não é vida para ele nem para nós. O estado está me negando isso de todas as formas”, finaliza.


ATribuna.com.br entrou em contato com o Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista, que respondeu que o processo está em andamento para a contratação do home care. Leia a nota na íntegra:


O Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista informa que o paciente A.S.S. segue recebendo todo o atendimento necessário no Hospital Guilherme Álvaro. Está em andamento o processo para contratação de home care, com a contratação dos profissionais nas áreas de Fisioterapia, Nutrição e Enfermagem, bem como aquisição de materiais e insumos. A família seguirá orientada sobre todos os cuidados relacionados à criança e o Guilherme Álvaro permanece à disposição para esclarecimentos.


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