A família de Arthur dos Santos Soares, de apenas dois anos e três meses de idade, luta para poder levar a criança para casa com o serviço de home care. Desde o nascimento, o menino está no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, devido a complicações no parto. A mãe dos gêmeos, Maria Adriana dos Santos Soares, sofreu o rompimento da placenta de Arthur, e precisou de um parto de emergência. A menina, Valentina, é saudável, mas Arthur tem paralisia, hidrocefalia e problemas neurológicos.
“Minha esposa engravidou de um casal de gêmeos, e com 34 semanas a bolsa estourou. Fomos para o Guilherme Álvaro porque ela já estava fazendo o pré-natal lá. Ela ficou internada e depois de três dias precisou fazer o parto. O Arthur ficou mais de 10 minutos sem oxigênio, então levaram ele para a UTI Neonatal, reanimaram e ele ficou em coma induzido por dois meses”, conta o pai das crianças, Marlon Fernando da Silva Soares, de 35 anos.
O menino precisou ser submetido a uma traqueostomia e gastrostomia para poder respirar e ser alimentado. Desde o nascimento, Arthur já passou pela UTI Neonatal, UTI Pediátrica e atualmente está na ala da Pediatria do hospital. A criança acabou perdendo a visão após contrair meningite bacteriana duas vezes enquanto estava na unidade de saúde.
Há dois anos vivendo no hospital, a família luta para conseguir o home care e os insumos para os cuidados com o filho. O serviço atende pacientes em casa e a concessão é feita pelo Estado. Segundo o pai, o processo foi aprovado em primeira e segunda instância em 2018, mas eles ainda aguardam a liberação do serviço.
Marlon diz que a criança está estável, e deveria estar em casa. “Eles não cumpriram a liminar, já foram feitas várias intimações, e meu filho vai ficando lá dentro. No hospital, ele corre risco, está exposto a tudo”, desabafa o pai.
Moradores de São Vicente, a família se divide entre os cuidados com a irmã de Arthur, Valentina, e o menino. “Minha esposa fica de segunda a sexta-feira no hospital, e eu fico em casa com a minha menina, levo ela na creche e faço as coisas em casa. É muito difícil para mim, eu sou autônomo. Estou pedindo o que é direito dele, isso não é vida para ele nem para nós. O estado está me negando isso de todas as formas”, finaliza.
ATribuna.com.br entrou em contato com o Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista, que respondeu que o processo está em andamento para a contratação do home care. Leia a nota na íntegra:
O Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista informa que o paciente A.S.S. segue recebendo todo o atendimento necessário no Hospital Guilherme Álvaro. Está em andamento o processo para contratação de home care, com a contratação dos profissionais nas áreas de Fisioterapia, Nutrição e Enfermagem, bem como aquisição de materiais e insumos. A família seguirá orientada sobre todos os cuidados relacionados à criança e o Guilherme Álvaro permanece à disposição para esclarecimentos.