Estado explica mudança do Instituto Médico Legal de Santos para o Estuário

Objetivo do governo estadual é instalar no lugar o IML e o Instituto de Criminalística, mas moradores da região são contra

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  04/05/19  -  18:25
Vizinhança ao imóvel, na Rua Bernardo Browne, já vem protestando contra a implantação do IML
Vizinhança ao imóvel, na Rua Bernardo Browne, já vem protestando contra a implantação do IML   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Um representante da Polícia Técnico-Científica participou nesta sexta-feira (3), na Câmara de Santos, de uma audiência pública para discutir a instalação do Instituto Médico Legal (IML) no bairro Estuário. Embora ele tenha apontado os motivos do Governo do Estado para a mudança, os moradores daquela região são contra.


O prédio na Rua Bernardo Browne, no Estuário, já está sendo reformado para se adequar às exigências da lei. O objetivo do governo estadual é instalar no lugar o IML e o Instituto de Criminalística (IC), que funcionam, atualmente, no bairro Saboó e no Palácio da Polícia (Avenida São Francisco), respectivamente.


Arnaldo Teixeira Ribeiro, diretor do Centro de Perícias do IML, afirma que procura um novo endereço há, pelo menos, três anos, e que já visitou uma série de imóveis, mas que nenhum tinha o necessário.


Ainda segundo ele, o prédio atual do IML, ao lado do CT Meninos da Vila, enfrenta uma série de problemas, como alagamentos e falta de condições adequadas, porque não pode ser reformado, já que o imóvel não tem inscrição.


Contra a instalação


Embora a prefeitura tenha expedido uma certidão autorizando a instalação do IML, os 21 vereadores assinaram uma moção contra a decisão. O vereador Sérgio Santana (PR), responsável pela audiência, contesta a mudança com base na Lei de Uso e Ocupação do Solo.


Os moradores da rua compareceram ao encontro para ouvir as explicações, mas se dizem contra a novidade.


“Nossa preocupação é a insegurança, porque vai ter presos 24 horas por dia sendo levados até lá, e a falta de sossego com as sirenes”, reclama a técnica em nutrição Patrícia Tani.


“Eu sou corretora de imóveis e sei que minha casa vai ser depreciada, porque ninguém quer morar de um lado de um IML”, completa Roseli Barragam.


Ribeiro, por sua vez, rebate: “Você pode apreender uma tonelada. O que a gente pega é uma amostra. Armas, quando são apreendidas, vêm para gente só para testes, que são feitos em São Paulo. Então, seria só um período de trânsito. Um ou dois dias depois já seriam levadas. Já os presos vêm numa viatura, com toda segurança”.


A comissão parlamentar formada para debater o caso vai, agora, enviar seus questionamentos para a prefeitura, que tem 30 dias para responder.



Aluguel


Embora o prédio no bairro Estuário já esteja sendo reformado, é o dono do imóvel quem está pagando a obra. Depois de pronto, o governo estadual fará uma avaliação imobiliária para saber de quanto será o aluguel. Ainda não se sabe o que acontecerá com o atual edifício do IML, no bairro Saboó, imóvel que pertence ao estado.


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