‘Esculturas’ de pedras empilhadas intrigam moradores de Santos na Ponta da Praia

Autor das obras afirma que criações são hobby e não esperava repercussão nas redes sociais

Por: Marcela Ferreira  -  29/08/20  -  15:52
  Foto: Gilberto Tiriba/Arquivo pessoal

Fotos de ‘esculturas’ de pedras empilhadas na beira do mar na Ponta da Praia, em Santos, têm circulado pelas redes sociais no último mês. Intrigados, diversos pedestres ficaram curiosos com a aparição das pedras, e passaram a buscar o autor destas obras: Felipe Oliveira Nascimento.


Morador de São Vicente, o técnico de enfermagem, de 21 anos, conta que começou a empilhar as pedras como um hobby - quase uma terapia. “Há muito tempo eu já fazia essas esculturas no Emissário e em cachoeiras, sem pretensão alguma. Eu saio do trabalho à tarde, e sento na mureta. Fiquei olhando as pedras e decidir empilhar para ver se ainda tinha prática”. Ele conta que também é cuidador de idosos, e costuma atender um paciente na Ponta da Praia em Santos. Na saída, aproveita para esculpir com as pedras.


Felipe Oliveira Nascimento é autor de esculturas de pedra que têm intrigado moradores de Santos na Ponta da Praia
Felipe Oliveira Nascimento é autor de esculturas de pedra que têm intrigado moradores de Santos na Ponta da Praia   Foto: Gilberto Tiriba/Arquivo pessoal

Na redes sociais, as imagens que circulam já têm mais de mil interações e centenas de comentários - bons e ruins. “Cada dia fui me aperfeiçoando mais, já faz um mês que eu tenho feito essas daí, e o pessoal está gostando. Tem críticas, mas tem muito mais elogios do que críticas”.


Intrigado, o aposentado Gilberto Tiriba, de 57 anos, conta que já tinha reparado nas obras há cerca de um mês. “Cada dia tem um escultura diferente. Essa semana conheci o Felipe e vi que todas as obras são de autoria dele”, conta


Morador do Embaré, o aposentado decidiu publicar algumas fotos nas redes sociais “Pedi autorização para publicar e fiquei contente por uma boa parte estar apoiando”.


Esculturas são forma de terapia para Felipe, que as faz quando sai do trabalho
Esculturas são forma de terapia para Felipe, que as faz quando sai do trabalho   Foto: Gilberto Tiriba/Arquivo pessoal

A Prefeitura de Santos informou que apoia manifestações artísticas na cidade de qualquer natureza. Porém, por questões de segurança, não recomenda atividades sobre as pedras, até mesmo a prática de caminhadas, pesca amadora e banho de sol.


Origem


A prática de empilhar pedras, apesar de simples, possui significados no mundo todo. Chamada de ‘apachita’ pelos povos andinos, a pilha de pedras pode ser oferecida a divindades como uma forma de meditação. “Para mim, significa o equilíbrio. É algo que é feito nos Andes, no Tibet, Índia e Japão”, diz Felipe, autor das ‘esculturas’.


“Eu só faço por fazer, respiro, tento achar o equilíbrio perfeito das pedras ali. Quando vem a maré ou o vento para derrubar não fico triste, penso que amanhã posso fazer de novo”, finaliza. 


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