Entregador do iFood tenta aplicar golpe em casal de Santos cobrando R$ 2 mil por lanche

A entrega do almoço por delivery da estudante Natália Azzolini, de 22 anos, na tarde da última segunda-feira (31) em Santos, no litoral de São Paulo, acabou se tornando uma grande dor de cabeça. Ela teve o valor da compra contestado pelo entregador e quase arcou com a 'taxa' da entrega alterada para R$ 2 mil.

Natália e seu namorado, Rafael Meireles, decidiram pedir o almoço e pagaram o valor dentro do aplicativo iFood. Quando a comida chegou, o rapaz foi buscar o lanche e foi avisado pelo entregador de que havia uma taxa extra na entrega. Estranhando a abordagem, Rafael foi buscar o celular na casa para verificar o comprovante de pagamento, no qual mostrava que todo o valor da compra havia sido pago no próprio aplicativo.

Logo depois, Natália também foi ao encontro do homem que tentou aplicar o golpe. "Ele dizia faltar R$ 5,90 e mostrava a tela do celular aberta no aplicativo do iFood aparecendo essa taxa que faltava, mas suspeito que era outro app exatamente idêntico. Foi ali que saquei que estava acontecendo alguma coisa estranha", disse ela.

Enquanto a reclamação por cobrança indevida não era respondida pela empresa, a estudante decidiu pagar a taxa. Contudo, já desconfiada, Natália decidiu passar um cartão que sabia que tinha um valor de crédito baixo, próximo ao que o rapaz estava cobrando.

"O entregador me deu uma maquininha dessas que não emitem comprovante nem nada, e com a tela quebrada, a gente só saberia se o pagamento foi efetuado pelo celular do cara". Como a compra não estava sendo efetuada, a estudante disse que iria buscar outro cartão em casa, mas na verdade foi conferir no celular o seu internet banking. E lá estavam as tentativas de débito de R$ 1 mil e R$ 2 mil.

"Desci novamente com o celular e mostrei para ele. O rapaz se fez de sonso e disse que era um problema com o restaurante que a gente tinha pedido, e não queria ir embora e muito menos dar o lanche pra gente", revelou. No nervosismo da hora, Natália não pensou em chamar a polícia e pediu para o entregador ir embora. "Ele foi embora dizendo que ia até o restaurante entender o que tinha acontecido e não apareceu mais".

A estudante ainda disse que, durante a discussão, o rapaz pediu o número de Rafael e que iria passar a ocorrência para o iFood. "Um número com bloqueador de identificação chamou mas não atendemos. Acreditamos que ele tenha alguém pra fazer essa ligação se passando por alguém que trabalha na empresa, que confirme a história e convença as pessoas a pagar a taxa extra".

Natália conta que o próprio aplicativo de entregas entrou em contato com ela, onde afirmou que o rapaz ainda trabalhou pelo resto do dia, e que os pedidos dele foram bloqueados manualmente.

A Tribuna entrou em contato com o iFood mas, até a publicação desta reportagem, não houve retorno por parte dos responsáveis pelo aplicativo.