As obras da segunda fase do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Centro de Santos têm causado transtornos a comerciantes. Donos de estabelecimentos relatam prejuízos devido à dificuldade de acesso para os clientes e se queixam por não serem avisados com antecedência sobre as interdições para os trabalhos.
Por sua vez, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) diz haver diálogo constante sobre o tema. Só que, diante desse cenário, há quem tema pelo futuro. É o caso de Josildo Nogueira Clementino, dono de um estacionamento na Rua Amador Bueno, no trecho entre a Avenida Conselheiro Nébias e a Rua da Constituição. Segundo ele, o fato de as obras estarem ocorrendo em ruas próximas a seu estabelecimento e com sinalização que considera inadequada fez com que o número de clientes despencasse.
“Vivo mais dos (clientes) rotativos, por causa do Fórum Trabalhista, que fica em frente ao estacionamento. Hoje, se você verificar o Waze (aplicativo de trânsito), vai ver que não indica um estacionamento. Estou zerado desse tipo de clientes”, lamenta o empresário, que voltou a trabalhar como técnico de planejamento para arcar com as contas. “Como vou pagar o aluguel, sendo que já tinha dívidas desde a pandemia?”, indaga Clementino.
Quem também vive situação difícil é Danilo José Navarro, dono de uma prestadora de serviços de vistoria veicular na Rua João Pessoa. Ainda que as obras não tenham chegado à porta de seu estabelecimento, que mantém há dez anos, ele também notou queda drástica no movimento de clientes. “O problema é que meu serviço só pode ser feito dentro da empresa, pois há uma câmera do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) que filma o laudo. Desde a época que começaram as interdições, parou de entrar cliente. Infelizmente, estamos fechando as portas”. Ele diz ter demitido funcionários em razão da queda na demanda e do faturamento.
EMTU
Em nota, a EMTU afirmou que a empresa responsável pelas obras do VLT no Centro de Santos “mantém diálogo regularmente com moradores e comerciantes sobre os trabalhos”. Conforme a empresa, as intervenções e interdições são estudadas junto à Prefeitura de Santos e informadas antecipadamente à população por meio de comunicados físicos e eletrônicos, emitidos no site.
Ainda segundo a EMTU, a equipe de comunicação da construtora está presente todos os dias nos canteiros de obras para atender dúvidas da população. A empresa assegurou que a previsão de conclusão das obras continua sendo para julho deste ano. Até esta terça-feira (7), 61% das obras civis estavam concluídas.
Prefeitura fiscaliza
A Prefeitura de Santos disse que fiscaliza as obras pessoalmente todos os dias e também por meio de reuniões mensais com representantes da construtora contratada pela EMTU para acompanhar o andamento dos trabalhos.
Segundo o Município, a última reunião foi realizada no dia 2, no Paço Municipal, com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Também ocorrem encontros gerenciais para o acompanhamento dos trabalhos e para buscar mais agilidade para soluções que envolvam a Prefeitura e concessionárias de serviços, como de telecomunicações, Sabesp, CPFL e Comgás.
Conforme a Administração Municipal, o plano de execução de obras do VLT e o cronograma dos trabalhos foram apresentados aos comerciantes e população em geral em 1º de março deste ano pela construtora responsável.
A Prefeitura frisa que, além de acompanhar as obras nos locais com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), mantém contato com moradores e comerciantes sobre o andamento dos serviços.
Disse, também, que todas as intervenções no trânsito e outros impactos são comunicadas com antecedência, e que a plataforma Waze indica rotas alternativas.