Comerciante de Santos fala de paixão sobre o Centro e seu trabalho: 'Não largo por nada'

Ex-campeão brasileiro de judô, Bechir Alexandre Wakil recebeu as chaves da loja do pai e deixou o esporte

Por: ATribuna.com.br  -  18/01/22  -  19:38
Wakil empreende desde 1976 no Centro de Santos
Wakil empreende desde 1976 no Centro de Santos   Foto: Flavio Hopp

Bechir Alexandre Wakil, de 63 anos, é um dos mais antigos comerciantes do Centro de Santos. Ele começou a empreender em 1976, quando o pai dele abriu uma loja na Rua General Câmara, entregou as chaves e disse: “Toma, vai abrir a loja”. Hoje, à frente da Wakil Decorações, não se arrepende de ter assumido o compromisso e garante que não trocará a região por nenhuma outra da Cidade: “O Centro nunca foi tão vivo como está agora”.


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Apesar de se dizer realizado como comerciante, ele lembra que cuidar dos negócios da família não passava por sua cabeça naquela época, em que havia sido campeão brasileiro de Judô e se preparava para disputar a Olimpíada de Moscou, realizada em 1980.


Wakil conta que o pai já empreendia no Centro de Santos desde 1958, em uma loja de confecção, na Rua Martim Afonso, quando resolveu envolvê-lo no segmento, no comércio.


“Imagina. Eu, campeão brasileiro de judô, treinando para a Olimpíada de Moscou, e meu pai me dá uma chave e fala: 'toma, vai abrir a loja'. Falei para ele que estava treinando, mas ele respondeu que não queria saber. Daí eu tive que ir lá trabalhar”.


O comerciante trabalhou por 30 anos na loja da Rua General Câmara, com produtos de cama, mesa e banho, antes de se mudar para a Rua Martim Afonso, onde agora atua com cortinas, persianas, papel de parede, fábrica de cortinas e varejo.


Apaixonado pelo Centro de Santos ele garante não trocar a região por nenhuma outra e que religiosamente abre loja todos os dias às 6 horas, “desde moleque”, diz ele, que emprega 14 funcionários.


" Não largo o Centro por lugar nenhum da Baixada Santista. Para mim, aqui ainda é o centro nervoso (da economia da Cidade) e vai ser o Centro para o resto da vida. Tem gente que diz que o Centro morreu, mas eu digo que ele morreu para quem já morreu. O Centro nunca foi tão vivo igual está agora", celebra.


Pandemia

Mesmo durante a pandemia, Wakil conta que não desanimou e que suas vendas até aumentaram. Ele ficou 20 dias com as portas fechadas e, mesmo assim, se orgulha em dizer que pagou todos os seus funcionários.


Quando o estabelecimento voltou a atender, com meia-porta, as vendas aumentaram. Segundo ele, o grande diferencial para manter um negócio e ultrapassar crises é a qualidade no atendimento e o trabalho a longo prazo.


"Você tem que trabalhar bem o ano inteiro, não pode esperar que a data x seja boa. O atendimento é o diferencial de hoje em dia. Graças a Deus, nessa crise eu empreguei mais quatro pessoas. Tínhamos 10 funcionários e agora estou com 14, porque eu vi qual era meu pedaço e fui batalhando”.


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