Certidão de óbito de Merlino, morto na ditadura militar, é corrigida

Jornalista foi preso em 15 de julho de 1971 na casa de sua mãe, em Santos. Ele morreu quatro dias após a prisão

Por: Da Redação  -  19/12/19  -  19:53
Jornalista foi morto pela ditadura
Jornalista foi morto pela ditadura   Foto: Reprodução

Após muitos anos de luta, familiares do jornalista santista Luiz Eduardo da RochaMerlinoe do sindicalista Virgílio Gomes da Silva, mortos na ditadura militar, receberam quarta-feira (18) a certidão de óbito corrigida. No documento, consta: “em razão de morte não natural, violenta, causada pelo estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”. A solenidade foi na sede do Ministério Público Estadual (MPE), em São Paulo.


O jornalista foi preso em 15 de julho de 1971 na casa de sua mãe, em Santos, por homens que se apresentaram como agentes da Operação Bandeirantes (Oban), criada pelos militares que tomaram o poder.Merlinoera do Partido Operário Comunista (POC) e morreu quatro dias após a prisão.


Segundo versão apresentada na época pelos órgãos de repressão, a morte teria sido por atropelamento em tentativa de fuga, enquanto o jornalista era transportado. Porém, diversos testemunhos confirmaram a versão de que o jornalista morreu após diversas sessões de tortura.


Ângela de Almeida, viúva deMerlino, classificou a retificação da certidão de óbito do jornalista como uma vitória. “A tortura desumaniza a sociedade”, disse ela.


Somente em 2017, a legislação definiu que as famílias podem solicitar a retificação administrativa dos atestados de óbito, que começaram a ser expedidos em 1995.


Logo A Tribuna
Newsletter