Bebê apressadinho nasce dentro de carro em frente a maternidade de Santos; VÍDEO

Theo nasceu dentro de um carro de aplicativo

Por: Ravena Soares  -  12/04/24  -  06:37
Atualizado em 15/04/24 - 18:44
Theo nasceu dentro de um carro de aplicativo às 7h40
Theo nasceu dentro de um carro de aplicativo às 7h40   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Um bebê 'apressadinho' nasceu na porta da Maternidade Silvério Fontes, na Zona Noroeste, em Santos, na última terça-feira (9). Theo Félix Campos veio ao mundo por um parto natural, dentro de um carro de aplicativo e movimentou os arredores do complexo hospitalar. (Assista ao vídeo mais abaixo)


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De acordo com a mãe, Rhayane Félix Campos, de 24 anos, as primeiras contrações de treinamento começaram na noite de segunda-feira (8). Ao passarem pelo médico, foi informado que estava tudo bem e retornaram para casa. Por volta das 6 horas da terça-feira, as contrações se intensificaram e a mulher se lembrou de uma instrução que recebeu em sua primeira gestação: banho quente.


Rhayane então começou a arrumar seu filho mais velho, Benjamin, para que o marido, o funcionário público, Bruno Félix Campos, de 26 anos, pudesse levá-lo à escola.


“Eu fui para o chuveiro, porque eu lembrei da técnica que a médica me instruiu para relaxar, e que se não melhorasse, era bom eu ir para o hospital”, lembra.



Enquanto o marido ia levar o pequeno para a escola, Rhayane continuou embaixo da água quente. “Na minha cabeça, mesmo que cada parto fosse diferente, eu achei que a bolsa tinha que estourar e começar um trabalho de parto, para só depois ele nascer”.


Quando Bruno chegou, prontamente chamou um carro de aplicativo, que chegou em menos de um minuto, por volta das 7h30. Por morarem próximos ao hospital, a mulher até cogitou em ir caminhando, como foi na primeira gestação, mas as contrações já estavam fortes.


Coincidências

Dentro do carro, as contrações de Rhayane se intensificaram. Já na frente do hospital, sentada no banco traseiro, ela sentiu a bolsa estourar. Quase que instantaneamente, a grávida deitou-se sobre o banco e abriu as pernas, com receio que algo pudesse acontecer com o bebê. “Eu estava de roupa íntima. Então, a primeira coisa que eu pensei foi que ele não iria conseguir sair, e eu não conseguia tirar sozinha, pois estava com medo de fechar a perna já que eu o sentia saindo. Foi na hora que eu gritei por ajuda”, relembra.


A partir deste momento, tudo aconteceu muito rápido. Bruno já tinha saído do carro e entrado correndo no hospital. Próximo ao veículo, havia uma enfermeira obstetriz, que estava em seu carro. Ao ouvir o grito de Rhayane, ela não hesitou e partiu para prestar ajuda.


“Eu nem lembro do rosto de todo mundo, porque eu só lembro da moça de jaleco branco e um segurança que apoiava minha cabeça e dizia para eu ter calma, porque já estavam cuidando do meu bebê, e aí eu relaxei”, lembra.


Theo Félix Campos nasceu às 7h40, pesando 2,8 quilos e com 46 centímetros, após 38 semanas e 5 dias de gestação, surpreendendo a todos.


Equipe do hospital relembra momento do parto
Equipe do hospital relembra momento do parto   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Pão de coco

O pai relembrou que, pela manhã, quando foi deixar o filho mais velho na creche, Theo poderia ter nascido em casa. “Ela tinha falado que queria um pão de coco. Que era para eu passar no mercado na volta para casa, só que se eu fizesse isso ia chegar somente depois das 7h40, e ele poderia ter nascido em casa”.


O pão de coco ficou para outro dia, pois assim que chegou em casa, já correram para o hospital. Segundo ele, o carro de aplicativo demorou cerca de 1 minuto para chegar até sua casa. Dentro do veículo, Bruno ia cronometrando as contrações e tentando acalmar Rhayane.


Já na porta do hospital, Bruno desceu do veículo para buscar uma cadeira de rodas dentro da maternidade e avisar o que estava acontecendo. “Quando eu dei a volta, eu ouvi ela dizer que estava ‘coroando’ (quando a cabeça do bebê já está encaixada no canal vaginal), lembra.


Quando ele ouviu que o bebê havia nascido, ele correu de novo, mas desta vez para ao lado da esposa, tranquilizando-a novamente. “Eu também fiquei tranquilo quando vi que estava tudo bem”.


Bebê nasceu logo após mãe pedir pão de coco
Bebê nasceu logo após mãe pedir pão de coco   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Plantão calmo

Segundo a técnica de enfermagem Adrienne Garcia, que acabara de iniciar seu plantão, tudo estava calmo até então. “Eu até brinquei que não havia passado nem um batom ainda”.


Após a agitação que a chegada de Rhayane causou, Adrienne partiu para verificar o que estava acontecendo em frente à maternidade, quando ouviu “saiu". Ela olhou no relógio e constatou que eram 7h40.


Posteriormente, a equipe médica foi atender a mãe e o bebê, dando os primeiros cuidados necessários.


Alento
De acordo com a chefe de enfermagem do complexo hospitalar, Graziela Povrezan, não é a primeira vez que a maternidade recebe casos semelhantes. “Nossa equipe é preparada, inclusive, na maioria das vezes que isso acontece, é com mães que já foram nossas pacientes antes”.


A enfermeira destaca que, apesar dos problemas diários, casos como esses, em que há uma grande mobilização e um final feliz, “alimentam a alma”. “Dá um grande orgulho para o nosso coração, nossa equipe de profissionais comprometidos”, explica.


Preparação

Papais de segunda viagem, o casal santista diz que já estava preparado e, por isso, manteve a calma. “Apesar desse parto ter sido totalmente diferente (do primeiro), eu já sabia que não ia passar mal e sabia que eu também não podia me desesperar muito, para passar tranquilidade para ela. Então foi basicamente isso que eu tentei fazer”, explica Bruno, relembrando o parto do primeiro filho.


Todo esse cuidado e preparo começou em casa, quando as contrações vieram e Rhayane manteve a calma e tomou o banho quente. Ela também manteve a calma durante todo o processo, e confiou na equipe médica do hospital, onde havia realizado o seu primeiro parto. “Eu lembrei das técnicas que utilizaram comigo”.


A enfermeira obstétrica Cristiane Rocha Duarte, que estava presente nos primeiros momentos de vida de Theo, diz que todo esse preparo deve ser construído no decorrer da gestação, com orientação médica, não só para a mãe, mas também para que a família toda se prepare. “A gente tem muita informação de qualidade. Então, quanto mais buscamos, mais fácil pode ser passar por algumas situações (...) o parto, dependendo da forma que se encara, pode ser uma coisa mágica ou traumática”.


Depois de toda essa história, a equipe do hospital até brincou: o próximo bebê vem mais rápido ainda, quem sabe, em um parto domiciliar.


Família estava preparada para receber o menino
Família estava preparada para receber o menino   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O motorista

A Tribuna também procurou o motorista responsável pela corrida, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno.


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