Barbeiro corta cabelo e oferece sopa a moradores de rua: 'Sirvo quem já sentou comigo'
Conhecido como 'Alex Mãos de Tesoura', profissional realiza trabalhos voluntários há 15 anos com sua equipe
Um corte de cabelo e uma sopa quente para o frio. Para a maioria das pessoas essas podem ser coisas simples. Mas, para quem tem pouco, um “luxo” como esse faz toda a diferença.
Diferença essa que o cabeleireiro conhecido como Alex "Mãos de Tesoura", de 43 anos, faz na vida de moradores de rua. O santista conta que a ideia surgiu há 15 anos, por meio de uma lembrança dos tempos de necessidade que viveu com sua mãe e seus seis irmãos.
“Para que a gente não passasse fome, minha mãe nos levava a albergues, onde tomávamos sopa ou comíamos a comida do dia. Chegamos a comer somente arroz puro, ou pegávamos resto de feira para não passar fome. Hoje, graças a Deus, tenho a oportunidade de servir aqueles com quem já me sentei”, relata.
Batista da Silva de nascimento, Alex conta com o apoio de sua equipe, batizada “Mãos de Tesoura”. Por meio de ações pontuais, são distribuídos pães, refrigerantes, sopas, cortes de cabelo e barba. O investimento para a compra dos materiais necessários vem do próprio bolso, e os alimentos são preparados na casa do idealizador.
“Não é somente distribuir alimentação, é devolver um pouco da autoestima a essas pessoas. Nós também conversarmos, abraçamos e damos palavras de incentivo para eles. Temos que dar e doar de coração. Conforme você planta, vai enraizando o bem!”, afirma.
Além do trabalho com moradores de rua, a equipe também realiza ações em hospitais, asilos, casas de recuperação, comunidades carentes e outros institutos. Nas ruas, a ação começa por bairros mais carentes de Santos e termina no Mercado Municipal. Geralmente, são feitos dois panelões, explica Alex.
“Me sinto realizado e feliz ao lado da minha família, meus amigos, e da minha mulher, que também me apoia e está sempre comigo nas ações. Hoje, é o que eu faço: eu abraço, eu beijo, eu converso, eu trago pra mim. Meus trabalhos são assim. Quando eu vou para a rua, são várias histórias diferentes”, finaliza.
