Bandidos se passam por 'Luisa Mell' no WhatsApp e aplicam golpe em vereador de Santos

Bandidos apelam a conversa envolvente para convencer pessoas a repassar dados

Por: Rosana Rife  -  14/02/20  -  15:59
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Bandidos apelam à lábia para convencer pessoas a repassar dados e sequestrar o WhatsApp delas. Com isso, pedem dinheiro para a rede de contato das vítimas. Na praça, o golpe já tem nome: ataque de engenharia social.


O WhatsApp só faz a migração de rede de contatos quando um usuário troca de aparelho, mediante um código enviado por SMS. Sem isso, não há como acessar a agenda daquela pessoa, explicam os especialistas. 


“Então, os bandidos precisam desse código. Eles ligam ou enviam e-mail falando que o usuário ganhou um prêmio e, para resgatá-lo, tem de informar os dados enviados por SMS, ou contam uma história convincente. Quando o usuário repassa o código, o golpe se concretiza”, diz o professor do curso de Sistemas de Informação da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Cláudio Nunes. 


E foi o que aconteceu com o vereador Benedito Furtado (PSB). Ele conta que recebeu, na última segunda-feira (10), uma ligação de uma pessoa se passando por representante da ativista Luisa Mell, que luta em defesa dos animais, oferecendo um convite para um evento dela.


Na sequência, enviou um código de barras via SMS para que o parlamentar confirmasse os dados, o que seria uma medida de segurança adotada pela equipe dela. A ação foi rápida.


“Ele ligou para o meu número, veio com uma conversa de que tinha muita lógica para mim. Falou meu e-mail. Foi muito bem educado. Pediu, por favor, para eu dizer os números para verificar se estavam corretos e eu fiz. É difícil não cair”. 


A partir daí, os dados do aplicativo do parlamentar passaram a ser utilizado pelos golpistas, que dispararam mensagens pedindo dinheiro em nome de Furtado. O vereador se deu conta do problema, quando foi alertado por amigos. 


  Foto: Reprodução

Foram 12 horas de correria, tentando avisar seus contatos para que não caíssem na falcatrua. A medida deu resultado e não houve transferência de valores para os bandidos, segundo ele. “Mas é um transtorno. Não queira que aconteça com você”. 


Cuidados


Fique atento, porque o modo de atuação dos criminosos ocorre sempre dessa forma. Mas, é possível adotar medidas que auxiliam a passar longe desse tipo de situação. Primeiro, crie uma senha de dupla etapa no seu WhatsApp. 


“Ela é exigida de tempos em tempos do usuário. Mas sempre que o aplicativo é instalado em outro aparelho, ela é pedida obrigatoriamente. Então, o criminosos não conseguirá instalar o WhatsApp em nome da vítima”, avisa o coordenador acadêmico do MBA em Cibersegurança da Fiap, Marcelo Lau. 


Recebeu uma mensagem com uma história mirabolante envolvendo um conhecido? Entre em contato com ele. “É fácil de confirmar se a situação é legítima. A gente esquece que o telefone também liga. Então, ligue para o amigo ou peça uma mensagem de áudio. Já que o telefone não estará com ele, o bandido não terá como responder”, acrescenta Cláudio. 


E, claro, nunca repasse códigos de nenhum tipo enviado por SMS. 


Passo a passo


Vá em configurações, clique em Conta. Na sequência, abrirá uma nova tela. Clique em confirmação em duas etapas e crie uma senha com seis números. 


Lembre-se que ela será pedida em alguns momentos pra você e, sempre que trocar de aparelho, ela será exigida. 


Então, crie um código que tenha facilidade de recordar, mas que não senha algo fácil para terceiros.


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