Após superar depressão e emagrecer 45kg, moradora de Santos inspira mulheres em rede social
A jovem chegou a pesar 108kg; atualmente, Marina tem cerca de 120 mil seguidores
Após vencer uma depressão e o sobrepeso, uma moradora do bairro José Menino, em Santos, compartilha suas conquistas a fim de inspirar outras mulheres a vencerem os obstáculos da vida. Marina Vallério, de 31 anos, contou à reportagem de A Tribuna, nesta quarta-feira (24), que chegou a pesar 108kg.
Atualmente, a mulher enxerga a sua história como um propósito, e o compartilha em suas redes sociais, que reúnem mais de 120 mil seguidores. “Comecei a compartilhar um pouco mais minha rotina e fui aprendendo a surfar essa onda. Nunca quis trabalhar com isso, era manicure e atuava também com estética. Mas, comecei a ver que eu podia impactar a vida de outras mulheres com minha luta. Isso foi me ajudando a me recuperar da depressão. Comecei a ver que eu tinha um propósito maior”, relembra.
Renascimento
Marina conta que desde criança enfrentou o sobrepeso, mas foi na adolescência que começou a lutar contra a depressão, devido ao bullying que sofria na escola. Moradora de São Paulo, aos 19 anos, ela veio para Santos com a família.
“Quando cheguei aqui, eu disse a mim mesma: ‘bom, agora eu posso esquecer o meu passado, passar uma borracha naquela tristeza toda e em tudo que eu passei, e agora vou começar uma história do zero’”.
Na cidade, ela começou a se reconstruir, iniciou um curso universitário de Nutrição (que não concluiu) e também um relacionamento. Aos 25 anos, ainda enfrentando a depressão e o sobrepeso, Marina engravidou. “Depois que meu bebê nasceu, veio aquela avalanche de hormônios. Foi uma pós muito complicada”, relata.
Poucos meses após o nascimento do seu filho, Marina alega que chegou a pesar 108 quilos. E foi neste tempo que a necessidade de mudar chegou em sua vida, durante as festas de fim de ano de 2018, ela lembra bem.
A jovem comenta que, na época, ela procurava uma roupa para usar na virada do ano, pois nenhuma das que tinha servia mais - nem mesmo as que usou durante a gestação. “Fui comprar uma calça e quando pedi número 48, nossa, não passou nem em meu joelho (...) a moça me deu um tamanho maior, 50, e também não serviu. E eu comprei uma 52 (...) eu chorei, chorei muito, isso foi umas duas semanas antes do fim do ano. No Ano Novo a calça praticamente já não fechava mais”.
Esse episódio fez com que Marina mudasse a sua perspectiva. “Eu não conseguia mais amarrar um tênis, pegar meu filho no chão, pois ele estava aprendendo a engatinhar. Então pensei que, já que nunca fiz nada por mim, faria por meu filho, porque o meu filho merece uma mãe saudável”.
Mudança
A mudança começou em 2019, e entre altos e baixos, uma vez que ela também enfrentava a depressão, tratada com médicos especialistas. “Quando fui começar a fazer as comidinhas do meu filho, eu pensava ‘meu Deus, quero o melhor para o meu filho. Eu quero que ele seja saudável. Eu quero que ele cresça saudável’”, explica, sobre o momento em que percebeu que ela poderia cuidar de si e da sua alimentação da mesma forma, com responsabilidade.
De acordo com a criadora de conteúdo, durante seu processo de autoconhecimento começou a entender que era viciada em comida. Determinados alimentos supriam faltas internas que ela lutava contra. Ela também começou a entender que, por isso, precisava cuidar do seu psicológico.
Marina também começou a praticar exercícios físicos em casa, pois tinha o filho ainda bebê. Isso se estendeu por um bom período, devido à pandemia de covid-19. “Eu fazia exercícios em casa pelo menos duas vezes ao dia”.
Infuenciando
Durante os quatro anos seguintes ela decidiu compartilhar sua jornada, e também inspirar outras mulheres. Atualmente, ela pesa 53 kg e não faz mais uso de antidepressivos. Ela também mantém uma rotina de exercícios físicos.
“Eu vi que a comida é um afago, um abraço que a gente tenta dar para a gente mesmo durante o dia, né? E então eu comecei a ter outros gatilhos mentais, comecei a ter outros comportamentos e outros pensamentos em relação à comida. Por que quando estou triste eu tenho que comer, e não posso ler um livro, por exemplo. Por quê?”, refletiu.
Marina também se dedicou ao estudo de comportamento e trabalhos com estética, que é sua atual profissão. “Hoje, por me conhecer melhor, eu entendo que esses meus processos tem altos e baixos e vão existir para o resto da vida. Só de entender isso, já me traz conforto, pois a vida não é fácil para ninguém. Todo mundo tem problemas”, destaca, ao ser questionada sobre os dias difíceis.
