Médicos que trabalham no Ambulatório de Especialidades Médicas (Ambesp) de Santos, no bairro Vila Nova, ameaçaram interromper o atendimento à população na manhã desta segunda-feira (12). O ato foi motivado pelo precário estado de conservação do imóvel e por riscos à saúde dos pacientes, devido ao acúmulo de fezes de pombos no teto. A prefeitura promete melhorias paliativas no local até a mudança definitiva da unidade, que só vai ocorrer em 2020.
O protesto começou antes de se iniciar o atendimento ao público, de manhã cedo. Os profissionais afirmaram que o teto da unidade médica tem buracos que facilitam a entrada de pombos. As aves ficam entre o telhado e placas de isopor utilizadas como isolamento térmico. É sobre esse material que se acumulam as fezes dos animais.
Segundo os trabalhadores, a situação agrava o risco de contágio por criptococose, popularmente conhecida como doença do pombo. É uma infecção causada pela aspiração do fungo que pode estar presente nas fezes de aves. No mês passado, dois homens morreram na cidade por complicações decorrentes da moléstia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
A situação na unidade só se normalizou após os trabalhadores do local receberem a garantia de um representante da pasta de que a prefeitura providenciará reparos. Entre as ações paliativas, destacam-se a troca do forro de isopor e uma análise no imóvel para localizar possíveis pontos em que as aves conseguem entrar no local.
A precária situação do imóvel é alvo constante de reportagens e reconhecida pelo Poder Público. Em dezembro passado, usuários do local relataram para A Tribuna problemas no telhado da unidade, acúmulo de fezes de pombos e entre outras pendências. Na ocasião, o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz, prometeu melhorias no local em até 30 dias.
O titular da pasta declara ter providenciado melhorias desde aquela ocasião. “Notificamos o proprietário do imóvel para providenciar as reformas no telhado”. Agora, ele menciona que a administração santista trocará o forro novamente, o que ocorrerá nos próximos dias.
Ferraz sustenta que as melhorias são pontuais, para manter o espaço em funcionamento até a mudança de endereço.
Tudo novo
Com previsão para ter as obras concluídas até o fim de novembro, o futuro prédio do Ambesp está em construção, na esquina das ruas Manoel Tourinho e Rua José Francisco Valença, no Macuco. Ferraz espera que o novo espaço seja aberto à população no começo de 2020.
A construção é feita pela Fundação Lusíada, por meio de uma parceria com a prefeitura. Ferraz adianta que o espaço ficará sob gestão de uma Organização Social (OS) “de alto gabarito”.
Ele cita os exemplos do Hospital dos Estivadores e da UPA Central, ambas terceirizadas. Segundo ele, o modelo possibilita a contratação de mão de obra de forma mais rápida do que no Poder Público.