Amil cancela plano de saúde de crianças autistas e mães ficam preocupadas no Litoral de SP

Elas souberam do cancelamento por meio de uma carta

Por: Erika Moura  -  07/05/24  -  07:35
Gustavo mora em Santos, é autista não verbal nível 3 e terá o plano de saúde cancelado neste mês
Gustavo mora em Santos, é autista não verbal nível 3 e terá o plano de saúde cancelado neste mês   Foto: Reprodução

Mães de crianças autistas estão preocupadas com o cancelamento repentino do plano de saúde dos filhos. De acordo com relatos, elas foram comunicadas sobre o fim do atendimento por meio de cartas.


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Roberta Marvejol Bastos, de 35 anos, que mora em Santos, é mãe solo de Gustavo, de 6 anos, autista não verbal, de nível 3. Além do Espectro Autista, ele tem distúrbios do sono e constantes convulsões. Por conta desses transtornos, Gustavo necessita das terapias que o plano oferece, já que sem elas, ele não apresenta evolução.


A mãe contou para A Tribuna que não foi avisada sobre o cancelamento do plano, e que descobriu porque outras mães contaram. Com isso, Roberta ligou para a central de atendimento da empresa, e ouviu uma mensagem automática de que o plano será encerrado no dia 31 deste mês.


Por conta das suas condições, Gustavo precisa de um acompanhante terapêutico dentro da sala de aula. Com a perda do plano, ele ficará sem o acompanhamento, além de ficar sem o tratamento na clínica em que é atendido desde os 2 anos e 9 meses. “Nós estamos colhendo os frutos dessas terapias agora, mas se ele ficar sem, vamos passar por uma regressão”, contou Roberta.


Outra preocupação da mãe é que o filho não sabe explicar o que sente, por ser resistente à dor. Assim, quando ele fica doente, é preciso ser internado para fazer exames e descobrir o que ele sente. Sem o plano, Roberta teme que Gustavo passe a ficar doente com mais frequência. “Ele tem uma saúde frágil. Precisa de vitamina diariamente e de uma alimentação mais reforçada.”, explicou.


Posicionamento

Em nota, a Amil disse que a grade de planos de saúde da empresa passa por uma reformulação. Confira a resposta na íntegra.


A Amil informa que está reformulando sua grade de produtos com modelos que assegurem qualidade da assistência e sustentabilidade dos contratos. Nesse contexto, a modalidade de planos coletivos por adesão, que era até então amplamente disponibilizada para plataformas denominadas administradoras de benefícios - que efetivam contratos diretamente com as entidades de classe - foi revista.


Como desdobramento, está em curso o cancelamento de um conjunto de contratos da Amil com administradoras de benefícios, especificamente os que demonstram desequilíbrio extremo entre receita e despesa há pelo menos três anos. A Amil iniciou a comunicação da mudança às administradoras de benefícios impactadas no dia 18 de março, reiterando que a manutenção das coberturas seguirá os prazos contratuais.


Conforme regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as administradoras devem informar a decisão diretamente aos beneficiários vinculados às entidades com quem possuem contrato. Essa mudança está sendo realizada estritamente de acordo com as leis e normas vigentes, com a garantia de portabilidade para quem cumpre os critérios de elegibilidade.


A Amil reforça que avalia constantemente seu portfólio para garantir a melhor qualidade de atendimento a seus 5,6 milhões de beneficiários.


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