Afastada, professora de Santos vende rifas após descobrir câncer: 'Espero a cura'

Caroline Cristine de Almeida descobriu o câncer no apêndice cecal, já em estágio 3, em novembro de 2020

Por: Daniel Gois  -  17/02/21  -  11:50
Apesar do medo, Caroline torce por final feliz nos dois tratamentos
Apesar do medo, Caroline torce por final feliz nos dois tratamentos   Foto: Arquivo pessoal

Desde 2013, a professora Caroline Cristine de Almeida, moradora do Estuário, em Santos, luta contra dores e hemorragias provocadas por uma endometriose, a qual ela aguarda cirurgia há dois anos. A situação, porém, iria piorar em outubro, quando ela sentiu uma dor aguda no apêndice e precisou operar de emergência. Passados 40 dias, o resultado da biópsia apontou câncer no apêndice cecal, já em estágio 3. Agora, a educadora torce por um final feliz nos dois tratamentos.


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"Mesmo com muitas dores e hemorragias, nunca deixei de trabalhar. Quando descobri o câncer, meu chão se abriu. Era a última coisa que eu imaginava na minha vida. Não está sendo fácil. A quimioterapia judia demais, tenho muitas reações. Meu cabelo cai bastante. Daqui pra frente eu espero a cura, e que eu possa voltar a minha rotina. Nunca me deixei abater e não quero que o câncer me vença", conta Caroline.


Segundo o Ministério da Saúde, a endometrisoe é uma doença ginecológica que provoca o crescimento de estroma e glândulas fora da cavidade do útero, resultando em uma inflamação crônica. A pasta estima que uma em cada dez brasileiras tenham a doença.


Para prosseguir o tratamento contar o câncer, a educadora realizará 18 sessões de quimioterapia até o mês de junho, toda semana, sendo cada uma com duração de 4 horas. Caroline conta que, durante o período, não pode receber o tratamento hormonal que seria voltado à endometriose.


"Tenho muito vômito, coceira, queimação nos pés e nas mãos, desinteria e um enjoo constante. Ultimamente tenho tido muitas dores nas articulações e cansaço. Já não consigo fazer mais as coisas que fazia antes. Uma caminhada pra mim já é uma coisa gigantesca", afirma a professora, sobre as sessões de quimioterapia.


Caroline é professora do Programa Escola Total desde 2013, e também atua como voluntária há 13 anos no projeto Minha Comunidade. Ela se afastou dos trabalhos em outubro para se dedicar ao tratamento. Desde então, realiza rifas para ajudar na parte financeira.


“Eu comprava alguma coisa pra ser rifada e as pessoas me ajudavam a passar a rifa. Já rifei desde combos, na época de fim de ano, até brigadeiros gourmet, tênis, quadro de um fotógrafo. Também vou rifar um vestido e um design de unhas. Gosto de batalhar, e por isso faço as rifas. Por mim estaria trabalhando”, relata a professora.


Desde que se afastou do trabalho, professora realiza rifas para ajudar na parte financeira
Desde que se afastou do trabalho, professora realiza rifas para ajudar na parte financeira   Foto: Arquivo pessoal

Apesar do medo e das incertezas, Caroline procura lidar com a situação da melhor maneira possível. Depois de tratar o câncer, a professora retomará o tratamento da endometriose. Ela estava na fila de espera por uma cirurgia, mas a pandemia de Covid-19 acabou adiando os procedimentos.


“Na maioria do tempo, prefiro ficar deitada, porque sinto muita fraqueza. Não sinto fome e sede, mas preciso me alimentar para não perder a imunidade. Têm dias que estou bem depressiva, que não quero ver ninguém, mas estou tentando dar a volta por cima”, destaca a educadora.


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