Ação do Coração será nesta sexta-feira

Um dos locais de confecção dos corações de pano fica distante do grande público: no Hospital Ana Costa

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  01/08/19  -  18:16
Parte do que é confeccionado acaba sendo entregue a pacientes
Parte do que é confeccionado acaba sendo entregue a pacientes   Foto: Irandy Ribas/AT

Todos os anos, há oficinas da Ação do Coração espalhadas por diversos locais. No entanto, algumas delas, mais discretas, acabam passando despercebidas do grande público. É o caso da que acontece no setor de internação do Hospital Ana Costa, em Santos.


Voluntários, os próprios internados e quem trabalha no local acabam entrando na rede de solidariedade, que é celebrada nesta sexta-feira (2), a partir das 12 horas, com o tema Proteção, Quem Ama Cuida.


“Percebemos que há melhora clínica nos pacientes que recebem estímulos como esse (de confeccionar corações)”, diz a psicóloga Bruna Louise de Souza, que está há três anos no Ana Costa acompanhando esses pacientes.


A internação faz o paciente perder um pouco de sua identidade, por isso a humanização é tão importante. Melhora o humor, principalmente daqueles que possuem quadros mais fragilizados. “Esse carinho e acolhimento são muito eficazes na hora de tratar esse internado”, completa.


Fez a diferença


Empatia é o que sentiu Rose de Paula Domingos, de 31 anos. Gestante de 26 semanas, ela foi internada há cerca de um mês por complicações com o diabetes. “Fez toda a diferença para mim ser recebida de braços abertos. A gente se perde um pouco quando fica em hospital”.


A dona de casa ganhou uma festa surpresa dos funcionários e disse que fazer corações é uma terapia. “Acalma, faz a gente se concentrar e passar o tempo. Além de transmitir coisas boas para quem for pegar”.


Ela, que tem outra filha de 8 anos, mostrou desenvoltura na hora de produzir os corações, já que aprendeu a costurar por causa da menor. O vestido de noiva que Maria Luísa usou na escola teve detalhes incorporados pela mãe.


O pai, Paulo César Dominos, de 33 anos, é mais lento. Porém, não deixa de colocar muito amor. “Pela nossa filha e também por ela. Estamos todos juntos”.


Para a filha Laura, que deve nascer em meados de outubro, fica o cuidado e o sorriso de uma mãe batalhadora. “Tive depressão ano passado, porque perdi um outro filho. Mas estou aqui, firme e forte por ela, pela Maria Luísa e meu marido. Saber que existe tanto amor conforta”.


“A doação, fazer algo pelo outro, além do trabalho manual das oficinas já se mostrou ser uma forma gratificante de criar relações dentro de um ambiente que não é bem visto”, explica a Gerente de Atendimento do local, Luciane Chaves.


O sentimento de pertencimento e a compaixão pelo outro são estimuladas ainda mais dentro desse tipo de atividade. “Eles formam uma família. E também essas oficinas ajudam a reforçar que a Ação não é algo mecânico de produzir corações. É, literalmente, transmitir amor”, finaliza Luciane.


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