A flexibilização para a reabertura do comércio em Santos só será possível com a participação efetiva da população e a consequente queda no número de infectados pelo novo coronavírus, assim como dos óbitos e internações. A opinião é do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que nesta segunda-feira (27) à tarde participou de reunião virtual com representantes da Associação Comercial de Santos (ACS).
No encontro, foi definido que a ACS passará a integrar o grupo de trabalho criado pela prefeitura para elaborar o plano de retomada das atividades econômicas e do comércio na cidade.
“A participação da Associação Comercial é fundamental para que a gente possa elaborar um plano que atenda ao setor produtivo da cidade, o que vai determinar a abertura ou não, a flexibilização ou não do comércio”, disse Paulo Alexandre para A Tribuna.
O prefeito ainda mostrou-se “muito preocupado com a falta de comprometimento” de uma parcela dos santistas, que tem desrespeitado as medidas de isolamento social.
“Queremos retomar as atividades, mas é preciso compreensão. O que vimos no fim de semana, na praia, não foi uma consciência coletiva no respeito às regras. Quem está na rua está contribuindo para que o comércio não reabra”.
Paulo Alexandre frisou que, além do “comportamento da população quanto ao respeito às medidas de restrição”, outros fatores, somados, vão determinar a retomada do setor comercial e de serviços.
“Tudo vai depender de critérios técnicos, com efeito de incidência, número de casos pelo número de habitantes, número de óbitos, taxa de ocupação dos leitos hospitalares e capacidade de testagem da população. Terá um protocolo, cada percentual tem um gatilho no plano de abertura”.
O prefeito também desvinculou a reabertura do comércio em Santos a uma decisão do governo estadual no dia 10 de maio, quando acaba a quarentena. Mas disse que, quando possível, os pequenos comerciantes terão prioridade para trabalhar, por serem os mais impactados pela crise.
‘Atenção especial à cidade’
O presidente da ACS, Mauro Sammarco, disse que a reunião foi importante para a atualização de informações sobre a propagação da Covid-19 na cidade, que vai orientar as ações da entidade junto à prefeitura.
“Vamos trabalhar com a prefeitura para aumentar a malha de atendimento, com apoio dos empresários para testar o maior número de cidadãos e com recursos para iniciar os trabalhos no Hospital Vitória”.
Sammarco também mostrou-se preocupado em saber que quase metade dos internados em leitos de UTI em Santos são de fora. E disse que a ACS vai pedir aos deputados da região e aos governos estadual e Federal atenção à cidade.
“Santos é a cidade satélite na Baixada, com infraestrutura hospitalar que serve como base para várias cidades. Amanhã [terça, 28] vamos entrar em contato com os deputados da região e os governos estadual e Federal. Temos que ter atenção especial para suprir essa demanda”.
Estacionamentos liberados
Na reunião desta segunda entre prefeitura e ACS, foi definido que os estacionamentos poderão retomar as atividades na cidade nesta terça.
“Há uma reivindicação dos setores da área portuária e dos consultórios e clínicas médicas, que funcionam em caso de emergência, que pediram o retorno dos estacionamentos”, disse Rogério Santos, secretário de Governo.
Há condições, no entanto, para que os estabelecimentos possam operar. “Desde que apenas com vagas livres. O proprietário chega, estaciona e leva a chave, não exigindo o uso de manobristas”.
A Zona Azul também volta a funcionar nesta terça, mas até quarta (29) os donos de veículos que estacionarem sem usar o aplicativo não serão multados. As multas passarão a ser aplicadas a partir de quinta-feira (30).