Preço da gasolina cai nos postos de combustíveis da Baixada Santista

Pandemia do novo coronavírus, queda do preço do petróleo no mercado internacional e redução do valor cobrado pela Petrobras nas refinarias fazem o litro do produto ser vendido a menos de R$ 4,00 em Santos

Por: Régis Querino  -  10/04/20  -  11:44
Em Santos, é possível encontrar a gasolina a R$ 3,79 o litro; em março o valor chegou a R$ 4,49,
Em Santos, é possível encontrar a gasolina a R$ 3,79 o litro; em março o valor chegou a R$ 4,49,   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A circulação de veículos diminuiu com as restrições impostas pelas medidas de contenção ao novo coronavírus, como o fechamento de grande parte do comércio e de instituições de ensino. Mas quem não pode deixar de usar o carro para trabalhar deve ter notado que o preço da gasolina comum caiu nos postos de combustíveis de Santos.


Vendida no final de março a preços que chegavam a até R$ 4,49 o litro, já é possível encontrar o produto por menos de R$ 4,00 o litro em alguns estabelecimentos da cidade. 


Segundo o presidente do Sindicombustíveis da região de Santos, José Camargo Hernandes, a queda nos preços se deve a uma conjuntura de fatores, que também envolve a redução do valor do petróleo no mercado internacional com o avanço da pandemia. 


“É uma mistura de tudo. A Petrobras, que é a fornecedora, reduziu os preços em meados de março. Lembrando que entre a gasolina sair da refinaria tem as distribuidoras, que compram e vendem aos postos. Estes dependem da política de preços praticada pelas distribuidoras para fazer a redução chegar na bomba”, aponta. 


A Petrobras reduziu em 12% o preço da gasolina em suas refinarias desde 19 de março, mas a baixa dos preços nas bombas varia de posto para posto. “Cada posto é livre para fazer os cálculos através de suas planilhas, pra verificar a margem de revenda em cima do preço de compra”, diz Hernandes. 


Dono de dois estabelecimentos que levam a bandeira BR, ele exemplifica que em 7 de fevereiro, a gasolina custava R$ 4,589 o litro. No dia 16 de março, o preço caiu a R$ 4,099. Na quinta-feira (9), o  litro custava R$ 3,999. 


ATribuna.com.br apurou que vários outros postos da cidade vendiam esta semana a gasolina comum por menos de R$ 4,00 o litro. Em um posto de bandeira BR, na Avenida Martins Fontes, era possível abastecer por R$ 3,79. 


Na Avenida Francisco Glicério, na Pompeia, em um posto de bandeira Ale, a gasolina comum e a aditivada eram vendidas na quinta-feira (9) a R$ 3,95 o litro. No final de março, o preço da comum era de R$ 4,20. 


Em outro estabelecimento BR, no Gonzaga, o valor do litro era mais caro: R$ 4,199, ainda assim mais barato do que o posto vendia em março, quando o litro chegou a custar R$ 4,699. 


O mesmo valor, R$ 4,19, era cobrado na quinta-feira (9) por um posto na Vila Mathias, de bandeira Ipiranga, que comercializava a gasolina a R$ 4,49 em março. 


Comparando preços


A dúvida é frequente entre os motoristas: se o motor do carro é flex, quando compensa abastecê-lo com gasolina e quando deve-se optar pelo etanol? Para José Camargo Hernandes, há uma regra básica neste caso. É vantagem optar pelo etanol quando o litro do produto custar até 70% do preço do litro da gasolina. 


Mas levando-se em conta que o etanol rende 70% do que rende a gasolina na quilometragem do veículo, o melhor, segundo ele, é fazer as próprias contas. O ideal é encher o tanque de gasolina e checar quantos quilômetros você vai conseguir rodar com o veículo. Fazer o mesmo usando etanol e comparar a quilometragem. 


"Pior crise nos últimos 100 anos"


Em nota, a Petrobras informou que reajustou os preços em suas refinarias do óleo diesel em -7,5% e da gasolina em -12% desde 19 de março. No acumulado do ano, segundo a empresa, a redução de preço do óleo diesel é de 29,1% e da gasolina é de 30,1%. 


A Petrobras diz que “conta com as distribuidoras e revendedores para que estas reduções cheguem até o consumidor final” e que não tem ingerência sobre o preço cobrado nas bombas dos postos de combustíveis. 


Desde o dia 1º de abril, a empresa adota “novas medidas necessárias para assegurar a sustentabilidade da companhia nesta que se configura a pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos”. 


A Petrobras aponta que “o cenário atual é marcado por uma combinação inédita de queda abrupta do preço do petróleo, excedente de oferta no mercado e uma forte contração da demanda global por petróleo e combustíveis”. Em função disso, cortou a produção de 200 mil barris diários de petróleo. 


A companhia aponta que “a duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada e que está ajustando o processamento de suas refinarias, em linha com a demanda por combustíveis”.


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