Sem pessoal, IML de Praia Grande continua fechado

O novo fechamento do Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande não é por causa de obras, como afirma o Governo do Estado. A Reportagem apurou que, mais uma vez, a falta de funcionários impede o funcionamento adequado. A Tribuna já havia mostrado o problema em abril, quando a unidade, na Vila Antártica, mantinha a porta aberta apenas de fachada – as pessoas eram encaminhadas para Santos porque não havia médicos. 

Oficialmente, o governo estadual informou que o IML de Praia Grande está fechado desde 15 de julho para reforma no telhado, que seria concluída em 90 dias, ao custo de R$ 38 mil. Diz que a obra já estava prevista, devido à estrutura antiga do prédio e que, para a segurança dos funcionários e da população, o prédio foi isolado. Por isso, se repassou o serviço ao IML de Santos, sobrecarregado. 

A Tribuna confirmou que houve reparos no telhado, mas já foram concluídos e duraram aproximadamente 15 dias. Além disso, na terça-feira (20) à tarde, não se viram trabalhadores, materiais, equipamentos ou qualquer sinal de intervenção acontecendo no imóvel. “A reforma acabou. Essa coisa de que vai durar três meses não é verdadeira. Como as pessoas não têm acesso, ele mantém essa informação”, disse uma fonte que terá o nome preservado.

Ao ser informado dessa apuração, o governo estadual mudou o discurso. Em novo posicionamento, disse que a reforma do IML de Praia Grande “foi acelerada”, sendo concluída “nesta semana”. E que a “obra terá vistoria de um engenheiro da superintendência para o aceite final e a reforma seja dada como concluída”. 

O estado menciona, em nota, que, em março, foram nomeados 467 novos policiais técnico-científicos e 359 estão em formação. “Neste ano, 353 policiais técnico-científicos se formaram e já começaram a trabalhar nas unidades”.

História sem fim 

Os problemas no IML de Praia Grande viraram rotina. No início deste ano, a unidade parou de prestar atendimento ao público, como exames de corpo de delito em caso de acidentes e agressões.

O local também não estava recebendo corpos. O motivo, como sempre, foi a falta de funcionários – principalmente médicos. 

Embora tenha passado por mais essa intervenção no telhado agora, o local ficou quatro anos fechado, de 2013 a 2017, para uma longa obra. A partir da reabertura, não funcionou mais de forma plena. 

“O estado tem defasagem de funcionários e não sabemos quando será normalizada. O pessoal não está dando conta, está bem saturado. O melhor, para quem precisa de exame de corpo de delito, é ir a uma unidade de saúde e pegar uma ficha de atendimento médico”, disse uma fonte, em abril, para a Reportagem.