Mesmo sem banhistas pelas praias, o nível de material acumulado que surgiu na faixa de areia em Praia Grande impressionou quem passava pela Vila Caiçara nesta segunda-feira (11). Depois da ressaca do mar, uma grande quantidade de lixo e algas se acumulou na areia.
A Prefeitura de Praia Grande informou que já iniciou a limpeza do material encontrado que, essencialmente, é constituído de algas trazidas pelo oceano graças à ressaca marítima registrada na região nos últimos dias. Não há fatos que comprovam qualquer tipo de relação entre os itens encontrados e os surfistas, de acordo com o município, já que a prática do esporte foi liberada mesmo em meio à pandemia de coronavírus.
O biólogo marinho Eric Comin explica que a concentração do material na faixa de areia após ressacas é comum, mas o que é alarmante é a quantidade de lixo que apareceu junto com as algas. “Tem de tudo, lixo, madeira, casca de banana… Com as ressacas é comum o mar ‘devolver’ tudo que ele não quer, tanto lixo orgânico quanto inorgânico. Nossa região tem a questão problemática das construções em volta do manguezal e do lixo no mar, a gente tem que abordar esse assunto mesmo em tempos de quarentena”.
Comin ainda diz que, apesar da quantidade de algas ser grande, é natural que elas se desprendam de áreas rochosas, como o Xixová-Japuí, e sejam movimentadas pelas ondas. “Com uma pancada do mar nas pedras, acontece a remoção dessas algas, que são transportadas até a praia. A região é muito afetada pelas construções na beira-mar também, por exemplo em São Vicente. E nessas regiões jogam muito lixo na água, e esse lixo acaba indo para o mar, que devolve isso com as ondas”.
A época do ano é propícia para a reprodução das algas, e por isso a quantidade impressiona. Porém, o lixo é a verdadeira preocupação. “As pessoas têm que ter consciência de que o mar está devolvendo esse lixo porque ele é uma problemática”, finaliza o biólogo.