Uma jovem de 19 anos está internada no Hospital Irmã Dulce desde a última quinta-feira (11) com uma forte intoxicação que a família alega ter sido causada por negligência médica. De acordo com a mãe, Osvaldete Lopes de Almeida Santos, a estudante Rafaele de Almeida Santos foi medicada com antibióticos que causaram o surgimento de várias manchas por todo o corpo.
Entre idas e vindas hospitalares, o drama de Rafaele começou no último dia 5, quando foi levada pela mãe a um médico vascular (particular) na cidade de Santos, que indicou a internação por conta do aparecimento de um cisto em seu peito. Foi então que a família decidiu levá-la ao hospital da cidade onde mora, Praia Grande.
“O cisto drenou sozinho logo no primeiro dia [de internação]. Mas ela continuou internada para fazer outros exames, assim poderiam ter certeza de que não havia mais algum cisto ou resquícios dentro do peito dela. Durante quatro dias, a medicaram com clindamicina e rocefin, antibióticos que causaram reação alérgica fortíssima nela”, diz a mãe.
Pouco depois, na última terça-feira (9), recebeu alta, já que o “problema do cisto estava resolvido” mesmo com as manchas e conhecimento da reação alérgica. “Pensei que, pela alta, o problema não fosse tão grave, mas estava errada”, relata.
Dois dias depois, em casa, foi notada uma piora nas manchas pelo corpo da jovem, que novamente foi levada a outra consulta particular, desta vez, em Praia Grande. A médica que a atendeu explicou o caso e disse que se tratava de uma intoxicação [alergia grave] e alertou para o risco de parada cardiorrespiratória. Osvaldete contou que retornou com a filha ao Irmã Dulce imediatamente.
“Ela segue internada, sem previsão de alta ou quando as manchas vão sumir”, desabafa. “Não sei o que faço, estamos na enfermaria. Aqui, não temos como tomar banho, já que o banheiro está quebrado. Para isso, você precisa sair do quarto, mas minha filha não consegue sequer andar direito por conta da intoxicação por erro médico. O hospital Irmã Dulce é triste”.
Osvaldete explicou que a filha nasceu com malformação congênita causada pela síndrome de Proteus, uma doença genética rara caracterizada pelo crescimento excessivo e assimétrico dos ossos. No caso de Rafaele, foi necessária a amputação do pé direito.
A equipe de ATribuna.com.br entrou em contato com a assessoria do hospital, mas, até o momento de publicação desta reportagem, não recebeu uma reposta sobre o ocorrido.