Escola de Praia Grande em que aluno morreu após agressão tem mais um caso de violência denunciado

Mãe revela que o filho de 13 anos também foi agredido por estudantes

Por: ATribuna.com.br  -  18/04/24  -  14:31
Agressões aconteceram na Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande
Agressões aconteceram na Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande   Foto: Reprodução/ Redes sociais

A mãe de outro adolescente de 13 anos relatou que o filho também sofreu agressões na Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto, em Praia Grande. Com isso, mais um caso vem à tonaapós a repercussão da morte de Carlos Teixeira Gomes Ferreira Nazara, de 13 anos, em decorrência de uma agressão na unidade escolar. Tatiana Boeno, de 43 anos, contou para A Tribuna que o filho foi agredido no fim de 2023 e a situação só foi resolvida quando ela conversou com os agressores.


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A mãe levou o filho para a escola e foi trabalhar. Nesse dia, ela voltou mais cedo do serviço e foi surpreendida por uma ligação da escola, dizendo que o menino queria ir embora antes do horário, pois estava passando mal.


Ao chegar à unidade escolar, Tatiana foi informada de que o filho também tinha tentado fugir antes do horário de saída. Ela questionou o garoto sobre o que teria acontecido, mas ele ficou com medo e negou que algo estivesse ocorrendo.


No caminho para casa, a mãe teria pressionado o menino e ele relatou que não queria mais voltar para a escola e, depois, relatou o que tinha acontecido. "Ele contou chorando que foi para a sala de cinema e foi agredido com tapas, e depois, teve a hora do recreio e o agrediram no banheiro. Um teria segurado e o outro batido nele”, relatou a mãe.


Na época, a direção teria sido procurada pelo adolescente, mas nenhuma providência foi tomada. Por isso, Tatiana decidiu resolver a situação por conta própria e foi até a escola e conversou com os agressores. Segundo ela, as agressões não aconteceram mais.


“Há mais de dois anos, isso acontece na escola, já soube de outros relatos que dizem que sempre tem briga no banheiro, pois lá não tem câmera. E sempre tem briga na saída. Eu mesma já separei umas duas, três brigas e são sempre os mesmos do grupinho”, contou Tatiana.


Motivação

No dia em que o filho da segurança foi agredido, ele relatou que foi abordado pelo grupo no pátio. Eles teriam mandado o menino abrir o portão para que eles “matassem aula”, mas o garoto se recusou, dizendo que não iria se envolver, por medo de ser punido. Por conta da negativa, os adolescentes o ameaçaram, dizendo que iriam bater nele na saída.


Segundo Tatiana, ela nunca foi chamada pela escola para esclarecer os casos de agressão. Por saber que o filho passou por tudo isso e nada foi feito, a mãe afirma que o sentimento é de revolta.


“Hoje, ele está na 8ª série, até então nada mais aconteceu. Mas, depois do que houve com o outro menino, sinto mais medo de que algo volte a ocorrer com meu filho. É uma tristeza muito grande”, comentou.


Posicionamento do Estado

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo foi procurada para se manifestar sobre o caso, mas, até a publicação da matéria, não deu um retorno.


Caso Carlos

O adolescente morreu na última terça-feira (16) após três paradas cardíacas. O pai dele afirma que o menino era alvo de bullying e a morte aconteceu por decorrência de uma agressão na Escola Estadual Professor Júlio Pardo Couto.


Inicialmente, o caso foi registrado como morte natural, porém a família solicitou que fosse investigada como morte suspeita. O corpo do adolescente foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos, para uma conclusão sobre a verdadeira causa.


A Tribuna conversou com o pai do adolescente, Julisses Fleming Gomes Ferreira Nazara. Ele narra que o filho estava no 6º ano e era vítima de agressões e perseguição de outros alunos e nada era feito.


De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil investiga a morte do adolescente. Diante da suspeita, foi solicitado exame necroscópico e, agora, a equipe do 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande investiga os fatos.


Por sua vez, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamentou a morte do estudante. Além disso, também garantiu que a Diretoria de Ensino de São Vicente já instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações.


A Prefeitura de Praia Grande informou que lamenta profundamente a ocorrência com um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no Bairro Nova Mirim. A Administração municipal se solidariza com os familiares e amigos do jovem.


A Prefeitura disse que solicitou junto a secretaria de Estado uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual. Ela ainda explica ainda que também já está analisando todos os procedimentos adotados no atendimento efetuado no pronto-socorro da cidade.


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