Criança de 2 anos presenteia coletores com panetones em Praia Grande

Todo sábado, o pequeno Gustavo espera o caminhão de lixo passar na rua para cumprimentar seus 'amigões'

Por: Daniel Keppler  -  25/12/18  -  10:10
  Foto: Arquivo Pessoal

O Natal reservou uma surpresa para uma turma de coletores de lixo que trabalha na Vila Sônia, em Praia Grande. Enquanto circulavam pelo bairro, cumprindo suas tarefas, foram parados para receber um presente, como lembrança dessa data tão especial.


O autor do gesto, porém, não foi o Papai Noel. Na verdade, quem fez questão de se lembrar dos profissionais nesse fim de ano foi Gustavo, de apenas 2 anos. E a admiração dele pelos coletores não é de hoje, segundo contou sua mãe, Gabriela Cristina, de 28, para A Tribuna On-line.


"Meu filho fica na creche durante a semana. Mas aos sábados ele acorda às 7 horas e fica esperando o caminhão passar, por volta de 8h10, 8h30", afirma. Já no primeiro dia em que a criança ficou no portão de casa esperando a passagem dos coletores, eles pararam e o cumprimentaram, chamando-o de 'amigão'. Desde então, todo sábado ele fica à espera dos seus 'amigões'.


A ideia do presente


"Teve um dia que, quando ele acordou, o caminhão já estava passando. Mas quando ele foi para o portão, os coletores o viram e resolveram voltar para falar com ele", lembra a mãe. Foi nesse dia que ela percebeu o carinho que todos tinham pelo Gustavo, e então decidiu fazer algo a mais.


"Falei para o meu filho que íamos comprar um presente de Natal para os amigos dele.Compramos panetones e chocolates e embrulhamos individualmente. Aí, no sábado, o Gustavofoi para o portão às 8 da manhã e ficou esperando", conta.


O que eles não esperavam, porém, é que o dia havia lhes reservado um pequeno suspense: por se tratar do fim de semana de Natal, muitos moradores têm o costume de oferecer presentes e 'caixinhas' aos coletores, e por isso o serviço acaba demorando mais que o normal. Na casa da Gabriela, por exemplo, eles só passaram às 11 horas - para agonia do pequeno Gustavo.


"Não imaginamos que demoraria tanto! Eu tinha que sair, mas tinha que esperar eles passarem. Qualquer barulho na rua, ele ia ver se eram os 'amigões' chegando", lembra.


E quando eles chegaram, foi uma festa só. O filho de Gabriela entregou os presentes, um a um. Abraçou todos e no fim, tirou uma foto como recordação.


Respeito à profissão


Para Gabriela, o carinho do filho pelos coletores é gratificante, pois é um sinal de respeito pela profissão que exercem. "Chegamos a comprar um caminhão de lixo de brinquedo para ele, e no primeiro sábado depois disso ele foi mostrar aos amigos, todo orgulhoso. Isso significa que consegui ensiná-lo a não desprezar ninguém por causa da sua profissão", diz.


Segundo ela, a sensação de ver a gratidão nos olhares dos coletores foi única, fazendo todo o esforço valer a pena. "Não tem dinheiro que pague a alegria deles e a alegria do meu filho", finaliza a mãe.


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