Casa com piscina abandonada preocupa moradores devido a surto de dengue em Praia Grande

Moradores do bairro Boqueirão, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, estão preocupados com o abandono de uma piscina, e potencial criadouro do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue, Zika e Chikungunya), na Avenida Paris. O município decretou situação de emergência em saúde pública para a dengue no dia 9 de março.

De acordo com um morador, o imóvel era uma casa de repouso desde 2014, mas que acabou desocupando o endereço em fevereiro. Desde então, segundo relatos enviados à reportagem da A Tribuna, ninguém mais cuidou da piscina no local. Os vizinhos também alegam não conhecer os proprietários, e que nenhuma ação foi tomada pela Prefeitura para evitar um criadouro.

O morador e programador Márcio Ferreira, de 36 anos, comenta nunca ter visto tantos mosquitos no mesmo lugar antes. "Tive que comprar uma raquete elétrica, pois os venenos de tomada já estavam fazendo mal para a minha família. Todos ficávamos com dor de cabeça e agora vivemos trancados. Basta abrir portas e janelas que fica impossível permanecer dentro de casa”, conta Ferreira.

Volnei Trevellin, de 62 anos, afirma ter reclamado na Ouvidoria Municipal, mas nada mudou. "A administração da casa de repouso mantinha o espaço bem cuidado, mas isso mudou deixaram o local". O que, segundo ele, ocorreu pouco antes do Brasil bater 1 milhão de casos de dengue.

Já Andrea Dias, de 51 anos, também reclamou na Prefeitura. Ela diz ter ligado para o telefone indicado como disk dengue várias vezes, mas quando conseguiu atendimento, recebeu apenas um número de protocolo.

“Está tudo abandonado. A piscina está verde e cheia de água. Há vários potes, muitas folhagens e vários focos da dengue. Ligamos várias vezes em vários números mas continuamos sem uma solução. A prefeitura decreta estado de emergência contra a dengue, mas não toma providências concretas para solucionar os focos de dengue através das denúncias”, reclama.

Prefeitura rebate

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que a equipe de Saúde Ambiental esteve no endereço no dia 27 de fevereiro, realizando a soltura de peixes da espécie Lebiste, conhecido como ‘Barrigudinho’, na piscina do local.

Esses peixes comem as larvas e ovos do Aedes aegypti e de outros mosquitos, sendo utilizado estrategicamente em grandes locais com água parada, como piscinas sem tratamento, e entre outros.