Polícia Federal indicia 96 pessoas por fraude em merenda e itens escolares

Deflagrada no ano passado, Operação Prato Feito abrangeu cidades como Mongaguá

Por: Da Redação & Com informações do Estadão Conteúdo &  -  14/09/19  -  16:27
Então prefeito, Artur Parada Prócida foi preso com R$ 5,3 mi em casa
Então prefeito, Artur Parada Prócida foi preso com R$ 5,3 mi em casa   Foto: Nirley Sena/Arquivo/AT

A Polícia Federal (PF) indiciou 96 pessoas, entre prefeitos, empresários e servidores públicos, por fraudes em licitações de merenda, uniforme e material escolar. Os indiciamentos foram apresentados no âmbito da Operação Prato Feito, deflagrada em maio do ano passado para investigar cinco organizações criminosas que atuaram em, ao menos, trinta cidades paulistas.


A operação apurava o envolvimento de 13 prefeitos em exercício – entre eles, Artur Parada Prócida (PSDB), preso com R$ 5,3 milhões, em reais e dólares, guardados em casa. Mas foi constatado que outro grupo de gestores, que não era alvo das investigações, participou do desvio de verba.


A operação cumpriu 154 mandados de busca e apreensão para investigar 65 contratos, cujos valores totais ultrapassavam R$ 1,6 bilhão. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal Criminal da Capital e pelo TRF da 3ª Região.


A Polícia Federal indicou que, dos 13 prefeitos, quatro tiveram mandato cassado pelas respectivas câmaras de vereadores, incluindo-se Prócida. A corporação pediu o afastamento de alguns gestores e aguarda manifestação do TRF da 3ª Região sobre as medidas cautelares.


No balanço, a PF concluiu que haveria participação em crimes dos prefeitos de Mauá, Mongaguá, Embu das Artes, Cosmópolis, Laranjal Paulista, Registro, Pirassununga, Holambra, Barueri, Paulínia e Caconde. Os policiais informaram que ter visto participação dos gestores de Mogi Guaçu e de Hortolândia.


Com relação às apurações da 1ª Vara Federal, a PF indicou que se indicaram prefeitos que não foram investigados, nem alvo de quaisquer medidas na Prato Feito, mas que, diante das provas, concluiu-se que participaram do desvio de recursos. É o caso de gestores e ex-gestores de Águas de Lindoia, Itaquaquecetuba, Mauá e São Bernardo do Campo.


Respostas


A defesa de Artur Parada Prócida não respondeu à mensagem enviada por A Tribuna na noite desta sexta-feira (13).


Em nota, o atual prefeito, Márcio Melo Gomes, o Márcio Cabeça (Republicanos, antigo PRB), disse não ter tido “nenhuma participação na licitação objeto da investigação, uma vez que na época da contratação exercia o cargo de vice-prefeito”, “nunca recebeu valor das empresas investigadas”, “não foi ouvido no inquérito policial” e se pôs à disposição da Justiça.


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