Os casos confirmados de coronavírus na região deverão aparecer nos próximos dias, tendo seu pico entre o final deste mês e o começo de abril, segundo especialistas. Por isso, as medidas de prevenção e cuidado das próximas semanas serão decisivos para conter de vez a doença.
Segundo projeção feita pelo infectologista Marcos Caseiro, o pior dos cenários mostra 2.137 casos da doença na Baixada Santista e 496 só em Santos. A base para o cálculo foi transportar os dados de Wuhan, cidade chinesa onde surgiu o coronavírus, e a província de Hubei, epicentro da doença também na China.
“Esses números aqui, na nossa realidade, representam 0,1% da população. Trazendo para o Estado, seriam 52 mil casos e 13 mil só na Capital”, explica o infectologista.
Para ele, esse cenário dramático só acontecerá se realmente não tivermos aprendido nada nesses dois meses desde que a doença surgiu.
“Em São Paulo, a doença teve uma progressão maior do que na Itália no mesmo período de tempo. Temos feito a lição de casa, passado por treinamentos e adotado medidas seguras e precisamos continuar”, diz Caseiro.
Em Santos, a expectativa é de que 5% dos casos sejam graves, ou seja, 29 pacientes que precisem de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “E eles não serão da noite para o dia, mas aos poucos. Então, teremos leitos para atender todos com segurança”.
Segundo o especialista no assunto, um detalhe importante é ainda não saber qual será o comportamento desse vírus na nossa condição climática.
“Existe uma dinâmica da doença no dia a dia e precisamos monitorar para trabalhar com ela. Mas treino é treino e jogo é jogo. Quando passarmos por isso e tivermos os casos será outra coisa”.
Cuidados
Por isso, segundo Caseiro, a única maneira é bloquearmos a transmissão do vírus, que é muito rápida e poderosa. “Respeitar as recomendações é a melhor maneira de evitar tudo isso. Redobrar os hábitos de higiene, evitar contato com outras pessoas e sair de casa quando for realmente necessário. É simples, mas depende de cada um”.