Petroleiros suspendem greve, mas ameaçam retomar movimento

SindiPetro-LP, que representa a categoria na Baixada Santista, vai participar de mediação com a empresa, em Brasília, nesta sexta-feira

Por: Maurício Martins  -  21/02/20  -  01:33
Greve começou no dia 1º de janeiro e foi mantida por 20 dias
Greve começou no dia 1º de janeiro e foi mantida por 20 dias   Foto: Lorando Labbe/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP), entidade associada à Federação Nacional dos Petroleiros, aprovaram, em assembleia nesta quinta-feira (20), a suspensão temporária da greve e manutenção do estado de greve (situação que permite paralisação a qualquer momento). O mesmo que fez a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 13 sindicatos filiados.


No total, foram 352 votos pelo recuo do movimento, 76 pela continuidade e 12 abstenções. A votação ocorreu simultaneamente na sede do sindicato, em Santos, na subsede, em São Sebastião, e em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. 


Nesta sexta-feira (21), SindiPetro-LP estará presente na mediação agendada pelo ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com demais representantes do movimento sindical da categoria e a empresa, em Brasília.


“Suspendemos a greve para participar da reunião, porque era uma condição imposta, e também porque foram suspensas, provisoriamente, as demissões [no Paraná]”, diz o coordenador de Comunicação do Sindipetro-LP, Fábio Mello. 


Se não houver um acordo, o sindicato vai indicar a retomada do movimento. 


Paralisação de 20 dias 


A greve foi iniciada no dia 1º deste mês e considerada ilegal pela Justiça do Trabalho. A principal reivindicação da categoria é o recuo de demissões em massa, como a de, pelo menos, 400 trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, porém, disse que os contratos de trabalho serão suspensos, independentemente da negociação de desta sexta-feira.


Ele afirmou, também, que a empresa tem capacidade de suportar uma greve de longo prazo e classificou como "terroristas" uma parcela dos manifestantes que supostamente teriam coagido um ex-funcionário que havia sido contratado para a equipe de contingência. 


Os primeiros desligamentos na Ansa iriam acontecer no dia 14 de fevereiro. Mas foram suspensos até o início de março por determinação do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), para que também o sindicato local retome a conversa com a direção da empresa. 


Ao contrário dos sindicatos, que falam em mil desempregados, a estatal reconhece responsabilidade pelos 396 contratados diretos “Não existe essa história de mil empregados. O restante é dos fornecedores”, disse Castello Branco.


A Petrobras atribui o fechamento da fábrica de fertilizantes aos sucessivos prejuízos que a Ansa estaria acumulando ao longo de anos. “Não é justo que a Petrobras carregue esse prejuízo para sempre”, afirmou. 


O diretor de Relacionamento Institucional da Petrobras, Roberto Ardenghy, disse nesta quinta-feira que foi oferecido aos funcionários da Ansa “um pacote bem competitivo em termos de desligamento”. “Não só uma indenização reforçada para o funcionário, assistência médica, assistência educacional. Um programa de requalificação profissional”. 


A Petrobras garante que não houve nenhum impacto na sua produção na Baixada Santista ou em qualquer lugar do país com a paralisação.  (Com informações do Estadão Conteúdo).


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